O que é paixão?

“A vida você tem que fazer valer à pena”. (Disraelli)


Vamos começar dizendo que o amor é bom o tempo todo. O tempo todo o amor é bom. Já não podemos dizer a mesma coisa da paixão. A paixão é egoísta, avassaladora, efêmera, temporária. A sensação de paixão é de sofrimento. O amor é diferente, ele é “persona grata”, é bem vindo. A paixão é “persona non grata”, até seria melhor que não existisse. Feliz e bem aventurado é aquele que é constante no amor. O amor controla a excitação, a paixão a inflama. Existe uma linha tênue entre o amor e a paixão que qualquer coração humano corre o risco de ultrapassar. É o que vamos ver. A paixão é diabólica!

A paixão pode afetar o ser humano em qualquer idade, mas, é na adolescência que o impulso é mais incontrolável. Por quê? Porque o adolescente tem no seu banco de dados de informações emocionais ainda incompletas. Já o adulto “enxerga mais” e só erra se estiver com preguiça de pensar. O temor da paixão é fonte de vida sadia para evitar os laços do sofrimento. Tudo o que a paixão diz de verdadeiro não é novo e tudo o que diz de novo não é verdadeiro.

Após estas considerações vamos apreciar as palavras de André Luiz: “Deus costuma usar a solidão, para que possamos compreender o infinito valor da paz. Outras vezes usa o tédio, quando nos quer mostrar a importância da ventura. Deus costuma usar o silêncio, para nos fazer refletir sobre o que falamos ou fazemos. Às vezes usa a doença para que possamos compreender a importância da saúde. Deus usa a morte quando quer mostrar a importância da vida. E o mais específico, a todos os instantes Deus permite a ocorrência da paixão para que possamos valorizar a grandeza do amor”.

Apaixonar-se é sem dúvida ficar refém de conflitos. Seria bem melhor que tudo começasse com amor. Amor engajado que permanece mesmo quando as diferenças afloram.

A paixão é um sentimento eventual, perigoso, enganoso e violento. É o oposto do bem e deveria ser extinta do convívio humano. Quer conhecer melhor a paixão? Veja o filme: “Obsessiva” e vai entender direitinho o que a paixão não permite avaliar com lucidez os fatos. Confunde o discernimento do que é certo e do que não é certo fazer.

A paixão não é linguagem do afeto. É doentia recaída dos “quase psicopatas”. O apaixonado torna sua vida “falsamente agradável” e o pior desanda a vida dos outros, como um inferno de preocupações. Positivamente, Deus não está nesse negócio. Esse negócio não é de Deus. Para o apaixonado não existe o ontem nem o amanhã, só existe o presente enfermo, incompleto. Até que um dia aquele sentimento insano esfria e o raciocínio lógico aparece para reinventar a verdadeira realidade e a maturidade das atitudes sadias .

Apaixonar-se é uma droga. Não é coisa de que pensa um pouco. É tolice do cego que não quer ver. E o pior cego é aquele que não quer enxergar e abriga um apego deformado, recheado de ciúmes, ansiedades, insegurança e principalmente ultrapassando os limites do bom senso.

Paixão é uma espécie de doença. É referencial esdrúxulo que não engrandece. A paixão só é perfeita na sua imperfeição. A paixão, não resgata, complica. Não reconforta envenena. Não favorece, dificulta. Não abençoa, maldiz. Não edifica, destrói. Fuja da “paixão aborreceste” como o diabo foge da cruz! Aliás, o Ministério da Saúde deveria informar: “Atenção: não se apaixone jamais! Apaixonar-se é prejudicial à saúde”.

Mas, tudo pode acontecer, e se um dia você estiver vivendo momentos de dor, aflição, angústia, falsa realidade, é porque você está apaixonado, então está na hora de rogar à Divina Providência para que o ampare e você possa ter um o sono tranqüilo e reparador. Com certeza, no dia seguinte você vai ter melhor visão da vida e vai resgatar e recuperar a tranqüilidade da verdadeira dimensão amorosa. Para isso conte com verdadeiros amigos: os pais, professores educadores. Eles teem muito para te apoiar!


Reflexão – Para voltar a amar é preciso esvaziar-se de si mesmo. Amar é bem assim: pouco com tranquilidade é melhor do que muito com inquietação. É assim a linguagem afetiva, não cessa nunca. E quando prevalecer o amor, você vai entender a alegria de dizer em bom tom: “Agora já não estou apaixonado graças a Deus. Tenho tempo para fazer tantas outras coisas na vida...”


Antônio Valdo A. Rodrigues
Clima Bebedouro

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