Flores do bem

“Mulheres são naturalmente líderes. Lembre-se, quando você oferece flores está homenageando uma”. (Fernando Pessoa)

 

Direto ao assunto, flores do bem são flores que estão na natureza ou plantadas em vasos, jardins, jardineiras. São flores do bem porque permanecem com “vida integral” enfeitando o ambiente e beneficiando outros personagens do eco-sistema: abelhas, borboletas, beija-flores, que necessitam dessa parceria.

Oferecer flores cortadas em forma de arranjos, buquês é um ilícito claro. Na verdade são flores abortadas. A flor tem seu ciclo de vida. Ela foi programada para viver a sua natureza. Quando são colocadas na jarra com água, terão mais dois ou três dias de vida e logo serão descartadas como inservíveis. Que fim pouco honroso!

Ah, se a flor pudesse falar ela diria: “Cara, você não me entende mesmo! Por que quer que eu seja menos do que eu sou? Por que abrevias a minha vida? Seguinte meu, vê se para de satisfazer esse teu egoísmo! Eu me recuso a ser cortada! Admire a minha beleza, cores, perfume e quando não puder me cultivar não me arrase. Ofereça-me viva às pessoas que você ama, elas vão entender esse teu gesto e a cada florada você será lembrado”.

Na verdade a flor em forma de ramalhete está para o vaso com água assim como a ave está para a gaiola. Um absurdo consentido! Ambos estão deslocados do seu modo natural de viver. Isso não é coisa de Deus!

Fazer certo o que é certo fazer é obrigação do homem racional. É prova de humanismo. É entender o significado das coisas no contexto existencial. Flores pontuam eternamente no coração de quem recebe e mais ainda no coração de quem dá pois com certeza nunca serão esquecidas.

Há também aquelas flores que não foram enviadas. Existiram apenas na imaginação de quem amou. Foram flores apenas etéreas, espirituais de dois corações que se amaram, mas se encontraram em hora errada. E a nossa vida sempre vai ser assim, um território indomável de infinitas emoções. O que seria do mundo se o homem não se reinventasse para apreciar sempre mais e escapar do mesmismo? Pensando assim, dar flores não é um hábito, faz parte da condição humana.

A flor tem luz que nunca acaba. Nós não vemos, mas, sentimos essa luz. A flor desgalhada deixa de ser alimentada e logo perde o brilho, a beleza, o viço natural de suas pétalas. Sua natureza é permanecer plantada.

Quanto às flores plásticas, nem pensar! São flores enganosas, flores “faz-de-conta”. Falta-lhes alma, vida, luz, que é a condição sem a qual é difícil competir com a flor natural. E fechando o círculo, as floriculturas não perdem a função empresarial. Elas podem ser transformadas em “planticulturas”, comercializando, flores, folhagens vivas. Versátil, funcional e politicamente correto para quem cultiva.

E mais não vai haver perda de “matéria prima” e nem estoques com prazo de validade vencido. Outro detalhe importante é que a perpetuação da espécie funciona como uma “corrente do bem”. Como assim? É fácil entender!Quem recebe uma planta depois pode oferecer mudas para que outros se beneficiem com as belezas da espécie floral. Vai que a coisa pega? Já imaginaram o efeito cascata do evento ecologicamente correto na preservação do verde, da vida e da oxigenação do planeta? Vida é sempre vida em qualquer situação: um bebê no ventre; uma ave no ninho; uma flor na planta. Salve! É Deus que se faz bebê, ave, flor...

 

Reflexão – Mário Quintana diz assim: “Flores não mudam o mundo. O que muda o mundo são as pessoas. As flores só mudam as pessoas”. É verdade e nós completaríamos: Flor é uma palavra feminina. Tudo a ver com a alegria de amar. A flor é um elo imperdível entre os que se aproximam. Veja que lindas estas palavras do escritor Zack Magiezi: “Quando digo: você quer casar comigo? Quero dizer: Se eu me fizer uma casa com um lindo jardim florido, você mora em mim?”

E terminando, hoje somos sete bilhões de habitantes no Planeta. Logo seremos dez bilhões. A humanidade tem que ser mais responsável e plantadeira e menos destrutiva e cortadeira. Tem que haver mais credibilidade e menos incerteza, mais compromisso e menos “trolagem”.

Seja fiel a si mesmo! Mude o mundo, mudando você. Será que podemos apostar em um futuro melhor? Sei não!

 

 

Antônio Valdo A. Rodrigues

E-mail: valdo11rodrigues@yahoo.com.br

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