“Educador não perde palavra. Sabe que não há ervas daninhas, nem homens maus... Há sim maus cultivadores.” (Huberto Rohden)
As novas regras ortográficas, da língua portuguesa existem desde 2016, mas estão sendo esquecidas. Fique atento, vamos relembrá-las. O que muda é apenas a grafia, a fala continua a mesma.
Acento circunflexo – Não se usa mais nos verbos: ‘crer’, ‘dar’, ‘ler’. Antes: crêem, dêem, lêem. Agora eles: creem, deem, leem. Tambem em palavras terminadas em ‘oo’. Antes: enjôo, vôo. Agora: enjoo, voo. Atenção para os verbos ‘ter’ e ‘vir ‘ que ficam assim no plural: eles têm, eles vêm. Quando o verbo é ‘ver’, a vogal ‘e’ será duplicada: eles veem. Consulte esta referência quando tiver dúvida.
Hífen – Use quando o primeiro elemento da palavra terminar em vogal e a segunda palavra começar com a mesma vogal: Micro-ondas, anti-inflamatório. Tambem quando a segunda palavra começa com ‘h’ mini-hotel. Quando a primeira palavra for ‘vice’: vice-prefeito. O hífen não será utilizado quando a primeira palavra terminar em vogal diferente da vogal que inicia a segunda palavra: autoescola, autoajuda, extraescolar, semiautomática. O hífen some quando a segunda palavra começa com ‘s’ ou ‘r’. Então essas consoantes vão ser dobradas: contrarregra, infrassom, antirreligioso. Primeira palavra terminada em ‘r’ mantem o hífen: super-mercado.
Acento agudo – Não se usa mais em ditongo aberto: ideia, plateia, geleia, alcateia, feiura, baiuca. Fica frio! Vai com calma, falta pouco. Coragem!
Trema – Deixa de existir nas palavras em português. Ex. tranquilo, linguiça, líquido. A pronúncia é a mesma. Só permanece em palavras estrangeiras: Müller.
Acento diferencial – Não se usa mais para diferenciar ‘para’ do verbo parar, e, ‘para’ preposição. Tambem no vocábulo ‘pelo’ substantivo e ‘pelo’ preposição mais artigo. Ex: Ele para de jogar no Brasil e vai para o Japão e pelo jeito, vai vencer. Em qualquer outro caso permanece o acento para diferenciar. Ex: Eu vou revolver a terra para ver se encontro o revólver.
Momento de lazer – Às vezes a língua portuguesa é desafiadora. Você seria capaz de entender esta dose de doze expressões emblemáticas? Tente resolver...
*Assento não tem acento.
* Assento é embaixo, acento é em cima.
*Embaixo é junto, em cima é separado.
*Na sexta comprei uma cesta e depois fiz a sesta.
* Hoje é a primeira vez que tu me vês.
*Asso um cervo na panela de aço, que será servido pelo servo.
*Vão cassar o direito de caçar na Amazônia.
*Por tanto nevoeiro, portanto a viagem foi adiada.
*Para começar o concerto, o maestro teve que fazer um conserto.
*Ele teve um carro possante, agora tem um carro poçante.
*A palavra oxítona é proparoxítona.
*Ela disse: ‘Comprei um cinto para mim e uma cinta para meu esposo’. Ele disse: ‘Eu sinto que deveria ser: a cinta para você e o cinto para mim’.
A letra fala – Escreva sempre mais. Escreva a mão. Pratique a caligrafia: letra bonita e legível. Fuja da escrita em computador e no, no celular. É muito pouco! Escrita virtual é mecânica e não tem sinergismo. Você pode imaginar a pobreza de uma poesia, ou declaração de amor, escrito com o computador? Nem pensar! Letra é coisa pessoal, revela mistérios de quem escreve: sensibilidade, segurança, insegurança, frieza, sensualidade, carnalidade, espiritualidade, doçura...
Pensando bem – Devemos melhorar a nossa linguagem, lendo, escrevendo e estudando. A linguagem descuidada denota falta de educação e, no pensar de Rui Barbosa, falta de inteireza de caráter.
Reflexão – Levando a língua portuguesa mais á sério. Olha o imperativo aí gente: ‘Ide, e fazei bom uso do que escreves para todas as pessoas. Fique atento, ‘enquadre-se’, às novas regras’. O rigor de adequar-se às normas facilita a comunicação. Quem tem intimidade com o que escreve ou com o que lê, tem maior poder de compreensão sobre a vida.
Nota – Na próxima edição deste jornal, nesta coluna, vamos fazer algumas considerações sobre Serra Negra, cidade acolhedora para viver e sentir.
Antônio Valdo A. Rodrigues
Serra Negra- SP
E-mail: valdo11rodrigues@yahoo.com.br