O DNA do texto

“Foi quando a vida insistiu em ser chuva que eu aprendi a ser sol” (Erick Tozzo)

 

Os sinais gráficos falam. Por que usamos os sinais de pontuação? A pontuação é o oxigênio do texto. Quando bem utilizado é um grande recurso de expressão. ‘Oh! Que doce era sonhar com Amanda...’ Aristóteles já dizia: ‘Um texto é a metade de quem escreve e a outra metade de quem lê’. E a pontuação revela o poder mágico das sensações compartilhadas. Sem a pontuação um texto é um amontoado de palavras. Pontuar é fundamental, faz o conteúdo apresentar-se com clareza, nas palavras, entrelinhas, três pontinhos. A pontuação é imprescindível porque só palavras não bastam.

Olha eles aí- Os sinais de pontuação resolveram se apresentar, explicando suas funções na redação. Vamos ouvi-los. Antes Mia Couto diz algo notável:’ Nenhum texto alcançará inteiramente a compreensão, o coração do homem, eu sei. Assim mesmo escrevo!’ E nós completaríamos ‘Nem tudo na vida é já. Aprender as regras do bom português é um começo. A prática, a experiência vem aos poucos. E chega de falatório! A pontuação quer falar.

Vírgula – Oi! Sou a vírgula. Tenho funções importantes na frase: indico uma pequena pausa, também sirvo para intercalar palavras, expressões na sentença. Veja: ‘A professora, durante a aula, comentou o filme. Outro jeito: ‘A professora comentou, durante a aula, o filme’.

Ponto final- Apareço sempre no fim da frase para dizer que a idéia terminou. Ex: ‘Sobre o amor não se fala. O amor se vive’. Apareço também nas abreviaturas. ‘Dr’. Nas manchetes e títulos não se usa o ponto. Não há ponto final para o afeto... Afeto é um sentimento de conseqüências eternas...

Ponto e vírgula – Nós indicamos uma pausa maior que a vírgula, nas frases de certa extensão. Ex. O plano prevê: internações; exames médicos; consulta com médicos credenciados’.

Dois pontos – Somos gêmeos. Servimos para anunciar algo ou enumerar itens. Ela esclareceu: ‘Claro que eu vou levar: tênis, óculos de sol, prancha de surf e petiscos para saborearmos’.

Reticências- Somos três pontinhos e indicamos: dúvida, incerteza ou surpresa, deixando para o leitor compartilhar. Ex: ‘Que adoráveis não seriam os seus beijos... Que delícia acariciar os seus braços bronzeados...

Aspas – Servimos para enfatizar uma palavra ou expressão. Veja o exemplo: ‘O que o ser humano mais deseja é ser desejado por outro ser humano’. (J.Lacan). “Grande sertão: veredas, obra de Guimarães Rosa, apresenta as diferenças dos seres humanos, tendo como cenário a paisagem brasileira’.

Parênteses –Somos utilizados para destacar palavras. Ex: ‘O Aedes aegypti (que é o transmissor da febre amarela, dengue, zika e chikungunya) está sendo erradicado de nossas áreas rurais.

Ponto de interrogação –Apareço no final das frases interrogativas. Ex: ‘Então ela vai mesmo? Se vai? Você não viu o sorriso dela?

Exclamação – Minha função é realçar tudo o que vejo. Sirvo para indicar: espanto, admiração, tristeza. Ex: Vá com calma! Como a tua falta de fé é perturbadora!

Breve conclusão – Só porque nós fizemos parecer fácil pontuar um texto, não significa que seja fácil, mas é possível. É preciso lembrar deles e praticar.

 

Reflexão – ‘Com exceção da fala humana, não há nada tão maravilhoso quanto uma redação bem feita. 

 

Ela nos faz recordar a sabedoria de criaturas humanas, que nos dedicaram afeto, que viveram ou que vivem e podemos nos iluminar com elas. Páginas bem escritas nos estimulam, nos ensinam, nos confortam e abrem os nossos corações como irmãos’. Parabéns  W. Jackson, é isso mesmo!

Que fique bem claro, o ato de escrever não reproduz unicamente ideias completamente prontas, mas é uma criação, assim como um barco que explora mares desconhecidos e vai descobrindo novos arquipélagos pelo caminho...

 

Nota – Na próxima semana: ‘Ela, a vírgula’ Vamos conhecer como a vírgula pode 

Mudar o sentido da frase.

 

Antonio Valdo A. Rodrigues

Serra Negra – SP

E-mail:valdo11rodriguers@yahoo.com.br

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