“O amor é a capacidade de perceber o semelhante no dessemelhante” (Theodor Weisengroud)
Introdução – Em um mundo de complexidade, mudanças, rapidez, eu acredito que todas as pessoas vivem inquietas, inseguras, porque a vida é assim, inquietante. Eu, você, nós sempre estaremos sujeitos a momentos de glória, vergonha e dor. Ter integridade de uma vida limpa e transparente, reta, ética, fraterna, solidária, em um mundo pluralístico, esse é o grande foco a alcançar.
Amigos e não amigos – Os amigos nos veem com o amável coração. Enxergam só nossas virtudes. Bom seria que também nos alertassem sobre nossas falhas e sugerissem aspectos para melhoria. Os inimigos nos veem com o rigor do cérebro. Enxergam só nossos defeitos. Bom seria que fossem honestos e vissem também nossos dons, e vontade de acertar. Mas há os que não são nem uma coisa, nem outra. Não perdoam erros do passado e não permitem que nos aproximemos para pedir perdão. Não têm cérebro, nem coração. Na tradução mais direta Deus não se agrada quando as pessoas se desentendem. O teólogo John MacArthur assim define o perdão: ‘A pessoa que escolhe perdoar, decide não se lembrar da ofensa, recusa-se a guardar ressentimento. Desiste de qualquer reinvidicação ou direito e resiste à tentação de remoer o pensamento de retaliar’. Esse raciocínio também é central para o perdão no casamento: sentimento e ação.
Nunca tive sorte – Há pessoas que acham que não têm seus dias de glória, mas só de vergonha e dor, e que sonhos não passam de sonhos. Explico. Eu tinha um amigo que vivia me dizendo: ‘Sabe Valdo, há três espécies de pessoas: as que têm talento e nasceram para tocar piano. Há pessoas que se satisfazem em ouvir alguém tocar piano. Há as pessoas, como eu, que nasceram para carregar o piano e olha que, às vezes, o piano escorrega e cai no pé: Obviamente ao culpar-se assim está tirando Deus do cenário de sua vida.
O fotógrafo – Elliot Ervitt captava a beleza e injustiça do mundo em momento real. Perguntaram a ele: ‘Você estava presente quando fez aquela fotografia?’ Não parece uma pergunta absurda, idiota? Mas vamos aos fatos. A fotografia foi efetuada de cima, no exato momento em que um ancião, bem ancião, sozinho, apoiando-se no corrimão da escada, estava nos últimos degraus, quase terminando a descida. Eis a resposta do fotógrafo: ‘A foto tem que comunicar alguma coisa importante. Se ela fez isso está bom. Não me lembro se eu estava presente, pouco importa! Minha máquina estava e testemunhou a emoção daquele momento! Comentário: Na intimidade dos detalhes existe o registro da essência da vida. Um dia será considerado um crime não ter sensibilidade para as coisas da natureza, da humanidade...
O cego inquieto – Um homem, a caminho do seu trabalho, atravessava uma grande praça, quando notou um cego pedindo esmolas. Aproximou-se leu o cartaz: ‘Sou cego, ajude-me!’. Imediatamente deixou algumas moedas na bandeja e disse: ‘Você tem recebido boa ajuda?’ ‘Pouquíssimas’, foi a resposta. Então o homem disse: ‘Vou mudar algumas palavras deste cartaz e vamos ver o que acontece’. Assim fez e seguiu seu caminho. Ao entardecer, ao voltar para casa, passando pela praça viu o cego muito alegre e a bandeja cheia de moedas. ‘E aí amigo? Posso saber, por que você está tão alegre?’ E o cego disse: ‘Depois que o senhor escreveu novas palavras, muitas pessoas vieram, conversavam comigo, e a bandeja ficou cheia!’ ‘Que bom’, disse o senhor e despediu-se. No cartaz estava escrito: É primavera! Sou cego. Que pena, não posso ver as flores’.
Reflexão – Deus criou um mundo onde vivem os bons e os maus, os honestos e os pilantras. Cada vivência é singular, única, apreensiva, não quieta, mas desassossegada, mas há um detalhe a sensibilidade existe adormecida em todas as pessoas. Roque Schneider diz: ‘Inquieta é a nossa paz. É repleta de avanços e recuos, vitórias e derrotas, fortalezas e fraquezas. Difícil é saber se a vida é inquietante porque somos insensíveis, ou se somos insensíveis porque a vida é inquietante! O que você acha?
Nota – Pense nisso: Nessa vida você só leva uma muda de roupas e não é você que escolhe.
Antônio Valdo A. Rodrigues
Serra Negra-SP
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