O bom combate

“O verdadeiro legado que você pode deixar é o que você investe em amor, família e responsabilidade”. (Theunis Marinho)

 

Perguntaram a um lutador de MMA - Artes Marciais Mistas, um dia antes da grande luta: ‘É verdade que você está contundido?’ Ele respondeu com outra pergunta: ‘E quando não estou contundido?’ É assim a vida, sempre estamos com alguma contusão física, espiritual, financeira...

O bom combate – O lutador pensa: ‘O medo de perder não pode ser maior que a vontade de vencer’. O atleta tem que ser maior que o medo. E nós também em nossa jornada. Ele se dedica a treinamentos fortes, intensivos, extenuantes, ao limite máximo, pouco se importando se está cansado ou com dor. Nós, nem sempre temos essa determinação. Ele tem como foco combater no octógono, que é lugar para valentes e corajosos, e mesmo quando ele está por baixo, até continua lutando. Ele sabe direitinho que o juiz vai avaliar, como vencedor, aquele que tiver o melhor ‘ataque, defesa, técnica, eficiência...’ Em nossa vida o octógono é o mundo. É uma pedreira! Mesmo os fortes ‘nem sempre recebem aplausos’, mas não deixam o entusiasmo arrefecer porque teem certeza que o julgador não erra e sabe o que faz e sente alegria em galardoar quem leva a realização do combate a sério e que jamais aceita pertencer ao bloco dos medíocres.

Estranhos no ninho – Marido e mulher vivem se contundindo no ‘teatro da vida’. Não entendem que amar não é ir ‘de encontro’ frente a frente. Isto não é combate, é choque, colisão, conflito. Amar é ir ‘ao encontro’, lado a lado, sem competir, mas oferecendo parceria, sendo um para o outro, auxiliador,  ajudador e não contendor. Essa é a condição ‘sine-qua-non’, sem a qual não acontece o bom combate conjugal. Detalhe, essa essencialidade não vem pronta, precisa ser construída, com persistência aos poucos, sem vulgarizar o amor e sem exaltar o egoísmo.

Céu e inferno – Dizem que o reino do bem está no céu e o reino do mal está no inferno. Não penso assim! Acredito que estes reinos estão em nossas mãos. Explico: Nosso combate acontece na família, no trabalho, no bom uso do dinheiro, na séria parceria com Deus. Quem curte propósitos dignos, honestos, sabe o privilégio que o espera, ou, a desesperança à qual está exposto.

Transtornos no DNA- Aqui o bicho pega pesado. A questão está na fita genética. Não é fácil estar sujeito a uma doença: Parkinson, Diabetes, só para citar algumas. Que combate! O filósofo e médico Hipócrates traz um pouco de luz para a questão: ‘A adversidade desperta em nós capacidades que, em circunstâncias favoráveis, teriam ficado adormecidas’. É o amor, sempre o amor, a bola da vez. Amor pode até, às vezes, ser um pássaro rebelde, mas feliz quem aprende, mesmo com dificuldade, compartilhar felicidade. 

O que é bom combate? – É fazer alguem feliz. É agradecer pelas mudanças que Deus permite acontecer. É enxergar o que a vida traz. São detalhes positivos: fazer alguém sorrir, pedir desculpas, perdoar, saber escutar, cuidar da saúde, economizar, orar. O bom combate é não prometer quando está feliz. Não responder quando está com raiva. Não decidir quando está triste.

O que é mau combate? – É fazer alguém triste. É não ter compromisso com a família. É reclamar de tudo e de todos. É não ter c endereço de Deus. São detalhes negativos: não sair da zona de conforto, exacerbar o egoísmo, a vaidade, o materialismo. Mau combate é quando o que você pensa, fala e faz, não está em harmonia com o que você é.

 

Reflexão – Perguntaram ao alpinista George Mallory: ‘Por que você quer escalar o Monte Everest?’ Ele respondeu: ‘Porque ele está lá!’ O casamento é mais ou menos assim. Ele está em igualdade de condições para ser escalado por todos. É uma escalada difícil, árdua e às vezes dá até vontade de desistir, mas quem troca de montanha troca apenas de desafio. A contundência sempre vai estar presente, de plantão, para dar o bote e fazer o casal escorregar na entristecida geleira da vida. O mundo é selvagem, tribal, violento, mas não se esqueça jamais: ‘Deus é soberano e está no controle de tudo’. Lindo isso não?

 

Nota – Platão, com visão humanística diz: ‘Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro. A real tragédia da vida é quando os homens teem medo da luz’.

 Antônio Valdo A. Rodrigues

Serra Negra – SP

E-mail: valdo11rodrigues@yahoo.com.br

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