“Nossa vida é uma odisséia de dúvidas. São inúmeras reviravoltas, erros, indecisões e pouquíssimas respostas”. (La Fontaine)
Hoje vamos conhecer uma diferente modalidade de amar, que não é igual ao lugar comum: ‘Eu te amo, você me ama, nós nos amamos...’ Claro, a vida deveria ser assim, mas...Vamos ver primeiramente os ‘entretantos’ e depois os ‘finalmentes’. Os entretantos – Na Grécia, berço da civilização, há muitos séculos atrás, um professor estava reunido com seus alunos para mais um debate. Era uma aula socrática na qual os alunos tinham oportunidade de perguntar e o professor a obrigação de conhecer e conduzir os alunos a pensar sempre mais. Era o método socrático da descoberta da verdade. O professor, um mediador. Estamos nos referindo a Sócrates, admirado pelos alunos por sua sabedoria, tolerância, paciência e perseverança com os impasses da vida. Volta da escola – Aquele dia o tema: ‘Como ser feliz, mesmo convivendo com problemas, havia conquistado o interesse dos alunos, que alongaram o debate motivando um certo atraso de Sócrates à sua casa. Aí é que estava o perigo! A esposa de Sócrates, Xantipa, não admitia por motivo algum que ele se atrasasse. Mulher de gênio irascível, por qualquer coisa, o seu critério era xingar, ofender com palavras pesadas, como se Sócrates fosse um irresponsável. Acontece que nesse dia alguns alunos acompanharam o mestre em animada conversa sobre o conteúdo da aula. Paciência socrática – Quando chegaram à casa de Sócrates, Xantipa já estava de plantão, enfurecida e logo começou a disparar seus impropérios contra o marido. Os alunos observavam tudo. Ela o xingava. Ele apenas ouvia. Agora a surpresa! Ela pegou uma bacia cheia de água e arremeçou molhando-o completamente... Assim era Xantipa, dificílima no trato. Quando Sócrates tentava se recompor daquele humilhante episódio, um dos alunos disse assim: ‘Mestre ela o xingou injustamente e depois ainda atirou uma bacia de água e o senhor não faz nada? Sócrates tranquilamente respondeu: ‘Tudo muito natural meu jovem, depois da trovoada vem a chuva’. Agora os finalmentes – Sócrates é o personagem deste conto de amor. Foi assim que aconteceu. Uma das alunas não levava á sério os ensinamentos do mestre. Ele sempre dizia que primeiro deveríamos terminar os estudos, ter uma ocupação, melhor experiência da vida, para depois namorar, ter compromisso com sua própria família. Mas esta aluna deveria ter TDA- Transtorno de Déficit de Atenção, não praticou a lição do mestre. Resultado, ficou grávida. Sua mãe ficou preocupadíssima e disse:’ Seu pai com certeza vai expulsá-la de casa. A solução é esconder a gravidez e dar a criança a alguém responsável e ninguém ficará sabendo de nada. Grande solução – Assim foi feito. A criança nasceu. E para quem a adolescente entregou a criança? Isso mesmo, Sócrates! Foi assim, o mestre estava em plea aula, quando a jovem entrou com a criança bem arrumadinha, chegou perto do professor e disse: ‘Toma! Eu dou para você!’ Sócrates pegando o nenê no colo disse; ‘É mesmo?’ Os alunos, ficaram atônitos, perplexos com a atitude inusitada da imprevisível garota, e mais admirados com o professor que apenas disse: ‘É mesmo?’ Epílogo – O bebê foi muito bem cuidado por Sócrates e sua família. Era um lindíssimo menino e a jovem mãe ficou sabendo que Sócrates levaria a criança, agora com quase um ano de vida, para mostrar aos seus alunos. Nesse dia, lá estava a pós-adolescente. Ela chegou perto do professor e disse: ‘O filho é meu, eu quero ele de volta!’ Sócrates delicadamente disse: ‘É mesmo?’ E entregou-o à mãe que voltou para casa com o compromisso de cuidar para o desenvolvimento da educação integral de seu filho. Reflexão – Deste conto de amor podemos concluir, quando alguém o elogiar dizendo: ‘Você é inteligente!’ Responda: ‘É mesmo?’ Quando alguém o criticar: ‘Você é burrinho hein?’ Responda: ‘É mesmo?’ Nas entrelinhas você não está debochando, nem confirmando, nem negando, está apenas refletindo para o melhor busca da verdade. E se alguém me disser que não gostou deste conto de amor, eu vou dizer: ‘É mesmo?’Nota – A arte de dizer ‘É mesmo?’ faz a vida ser expressão de verdade. A nossa falta de percepção às coisas essenciais à vida e perturbadora!