Ser Singular

“Nós não vivemos só pra ganhar ou perder.

Vivemos para sentir, pensar, refletir, compreender, evoluir”. (Henry Kissinger)


Não deveria ser assim, mas viver a gente vive para a gente. É a solidão acompanhada, comum entre humanos. Alguma palavra explica o ‘ser singular’?

Acredito que não, porque cada um tem a sua história única, o seu sentimento de humanidade. É o que vamos ver agora.

Bertold Brecht – Ele diz: ‘Só alguém, dentro de uma situação, pode julgá-la, e ele é a última pessoa que pode julgar’. Em outras palavras, é muito difícil avaliar, ter noção correta, coerente sobre a vida. Somos ilhas diferentes, isoladas, nesse arquipélago chamado mudança comportamental. Como podemos nos conhecer efetiva e afetivamente?

Singularidade – A humanidade tem duas principais vertentes temáticas: relações familiares e velhice Tendo como pano de fundo a singularidade em todo esse difícil processo evolutivo. A espécie humana tem uma paixão estranhável pelo falso, inexato, pela solução simplista, fácil, confortável. Ninguém conhece ninguém e menos se conhece e disfarçadamente ainda curte a insensatez de achar-se solidário. Não é! É exclusivista em tudo o que faz. É a exagerância de uma não virtude chamada: egoísmo. E as virtudes deveriam ser como orçamentos: melhor é o saldo que o déficit.

Entardecimento – Não dá para segurar o tempo. A vida passa. Nesse caminhar vivemos sozinhos, mesmo em família Mais competindo que colaborando, até que chega a hora de partir e partimos sozinhos para o momento seguinte. É politicamente incorreto acreditar que somos filhos, cônjuges, pais. Apenas estivemos temporariamente juntos para acertos, mas cada um ficou no seu ‘cada um’ e seguiu sua trajetória. Aí começa a fragilidade de todo ser humano em qualquer estágio da vida, recomeçar, mesmo sabendo que esse recomeçar não é permanente, nem definitivo, mas não é assim mesmo que a vida flui! Só nas décadas finais da existência o homem vai constatar realmente se o saldo foi positivo ou se foram só aparências...

Realidade aqui e depois. Fomos ensinados a agir de certa maneira, mas não para explicar os motivos. Deu no que deu. Se os homens das cavernas soubessem que ia dar esse caos, talvez, nem quisessem sair da caverna. Muitos fazem conclusões apressadas, como se o ‘depois’, fosse continuação do agora. Acham que lá vai ser como no planeta Terra. Nada a ver! Vamos estar juntos? Como vai ser a comunicação com dezenas de línguas diferentes? Familiares, muitos em conflito vão se ver? Levaremos lembranças de dias sombrios? Haverá dia e noite? Casa, família, trabalho, lazer, vão existir? Momentos de alegrias e tristezas vão ser lembrados ou esquecidos? Como vai ser o novo ciclo do rico, doente, injustiçado? Quanto mistério! Mas o Mestre explica tudo! É só interessar-se em saber, porque a nossa falta de noção é perturbadora.

Homens e máquinas – A internet é uma rede de comunicação instantânea e respondível, mas enganadora. Ficou fácil aprender para logo desaprender, pois a individualidade, fala mais alto. O mundo tornou-se transparente, mas, solitário e nós ‘distintos e singulares’ vamos trolando a vida, nos distanciando dos sentimentos humanos. Usamos a internet para evitar a solidão, só não percebemos que são máquinas que se comunicam e não homens. Resultado, sensibilidade cada vez menos, Bernard Shaw expressa bem esse esvaziamento espiritual: ‘Existem duas tragédia na vida: “uma é não conquistar o que o seu coração deseja. A outra é conquistar”. Em bom português: se ficar o bicho pega, se correr o bicho come. O que fazer então?

Reflexão – Um texto tem estilo, mensagem, finalidade, simpatia, mas tem atmosfera própria. Serve também para enxergar o mundo pelo olhar de outra pessoa. Madre Tereza de Calcutá faz esta analogia: Os filhos são como as águias. Ensinarás a voar, mas não voarão o teu vôo. Ensinarás a sonhar, mas não sonharão os teus sonhos. Ensinarás a viver, mas não viverão a tua vida. Mas em cada vôo, em cada sonho e cada vida, permanecerá para sempre a marca dos ensinamentos recebidos.

Paradoxo da vida – Ser singular é próprio da natureza contraditória do ser humano recheada de egoísmo, orgulho, vaidade e arrogância. Um dia nosso coração deixará de bater, mas nossa alma jamais deixará de existir. E só tardiamente vamos entender que deveríamos confiar em Deus e vigiar o homem.

Nota – É mais fácil fingir que se tem sentimentos por alguém que não se ama

do que amar alguém e fingir que não se tem sentimentos. Pense nisso.

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