“Uma atitude de valor ou coragem é contagiosa. Seja você mesmo o portador e quem toma a iniciativa”. (Khalil Gibran)
A gente não presta muita atenção, mas lidar com a sensibilidade, a nossa e a das outras pessoas, é lidar com o desconhecido. Desconhecido que tem estas variáveis: disposição, simpatia, compromisso, persistência.
O que é ser sensível? – É a faculdade de sentir impressões morais, emocionais. Todos nós temos a vertente e o desejo de querer ser sensível. Tem-se naturalmente disposição para ofender-se, melindrar. É próprio do ser humano ter momentos na vida que ele se comove mais e tem que abrandar o coração, apiedar-se. Isto é ser sensível. É a mudança comportamental atrelada à sensatez, prudência, juízo e percepção.
O que já passou – O que mais nos preocupa, na realidade, não é o que vem pela frente, mas o que já passou. Erramos, falhamos, não fomos sensíveis o suficiente e não temos como voltar atrás. O estrago já foi feito. Aflições humanas marcaram e temos que seguir em frente. Até que um dia, compreendemos que ‘ser sensível vale a pena quando a alma não é pequena’. A sensibilidade é contagiosa, mas precisa ser elaborada. Mesmo nas etapas mais difíceis da vida, ser sensível faz a diferença.
Os dois ladrões – Permitam-me contar um episódio clássico para entender direitinho o que é o bem e o mal. Era uma vez, dois ladrões. Eles estavam prestes a ser crucificados ao lado do mestre. Um dos malfeitores blasfemava e insultava: Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós também. O outro ladrão o repreendeu: Tu não temes o Senhor? E disse: Senhor lembra-te de mim quando entrares no teu reino. Respondeu-lhes Jesus: ‘Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso’ E em nossos dias há ultraje, insolência, arrogância?
Velhice – Daqui para frente são só ausências, lembranças. É quando ‘ser sensível’ é posto à prova. A velhice é um declínio avassalador. É quase uma decrepitude total para a qual ninguém está preparado. Todos teem suas fragilidades, o ancião as tem mais. Cada manhã é um milagre. A velhice é como o vento: você não sabe quando ela vem, para onde está indo. Sabe apenas que ela existe e que está sendo difícil lidar com ela. Esse é o lado sombrio do ancião, ter que conformar- se com a idade da ‘solidão acompanhada’.
Amor ágape – Enquanto o amor Eros é carnal, sexual, material o amor ágape é paciente, é benigno, não arde em ciúmes, não se conduz levianamente, não procura os seus interesses, tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. Na verdade você não existe neste mundo se não viver essa sensibilidade. E se você, eu, nós não compreendemos esse amor, é porque nossa falta de sensibilidade é perturbadora.
A atitude é tudo – Oscar Wilde revela: A destreza seduz, o entusiasmo faz partidários, mas é a atitude, o traje primitivo da alma que aproxima, comove, convence e faz a grandeza das pessoas.
Sem medo de ser sensível – Fernando Pessoa diz: Reúna o melhor do deu esforço para que sua jornada seja agradável a você e a quem está a seu lado. Não magoe ninguém nessa procura. Não fique frustrado com pessoas difíceis. Elas teem seu estágio de evolução, às vezes lento. Alague seu coração com esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas. Se achar que precisa voltar, volte, mas, se perceber que precisa seguir, vá em frente! Mas se perceber que está tudo errado, não tenha receio de parar e recomeçar com alguém mais experiente e sensível. Se tiver saudade faça alguma coisa, mexa-se, saia da rotina, da zona de conforto, pare de se lamentar. Faça por merecer o amor que está a caminho. Segure-o!
Reflexão – Quanto mais luz dentro de você, mais iluminado será o mundo ao seu redor. Essa é a essência do ser humano, é impossível ser sensível e ser uma luz apagada. Nós temos o ouvido de fora e o ouvido de dentro. Pontua mais ouvir o ouvido de dentro para ter paz com os semelhantes. Camões é brilhante ao reforçar essa verdade. ‘O amor é um fogo que arde sem se ver. É fenda que dói e não se sente. É um contentamento descontente. É dor que desatina sem doer’.
Nota – Não pergunte o que é ser sensível. Seja! É possível, a qualquer momento em qualquer lugar com um toque, ser sensível e expressar toda fluidez da vida. Pense nisso!