“Um vai morrer!”

“Somos o que pensamos: o pensamento gera o ato; o ato faz o hábito; o hábito cria o caráter; o caráter determina o destino”. (René Descartes)


Se pudéssemos tirar uma selfie, do espaço ao redor de nós, veríamos muita insensibilidade. É sobre isso que vamos falar. Antes porem, lembrando que a vida tem parceria com cinco fatores que interagem entre si: o espiritual, o intelectual, o social, o físico, o emocional. Basicamente são estes ingredientes que, dosados com sabedoria e determinação, vão fortalecer as pessoas com mais ou menos sensibilidade. O mundo em que vivemos está esvaziado e carente de sentimentos do bem. Vamos analisar alguns episódios sobre sensibilidade.

“Um vai morrer!” - Esse é o grito de guerra, de desordem das torcidas organizadas. Quarenta mil, ou mais fanáticos, torcendo pelo seu clube ganhar, custe o que custar! A uma só voz, repetida vezes, eles expressam o seu grito tribal ameaçador de quem quer ver sangue no lado adversário: “Um vai morrer!” , “Um vai morrer!”

Com esse profundo indiferentismo, sem qualquer espécie de “fair-play” mostram a sua insensibilidade, próprio de quem está acostumado a conviver com a violência. Seu lema é ganhar ou ganhar! Perder nunca! Mas, se acontecer a derrota, certeza de pancadaria com a outra torcida e na falta desse combate, os truculentos brigam entre si. No trajeto de volta depredam o patrimônio de quem não tem nada a ver com aquele inaceitável caos. Esse mal se acumula de geração em geração. Até quando vamos ficar imersos na vulgaridade, maldade, reféns da insensibilidade? A suavidade perdida precisa urgentemente ser recuperada. Soa simples, é simples mesmo, como o ‘ser humano’ tem dificuldade par ‘ser um humano’ coerente, sensato e de bom senso!”.

“Atirei um pau no gato...” - A professora estava ensinando os alunos a não maltratar os seres vivos, nossos animaizinhos de estimação, cachorro, gato... A um determinado momento um aluno falou: “Professora, está quase na hora do recreio, nós não vamos cantar uma música?” E a professora disse: “Tem razão! Crianças vamos cantar a música do gato”. E todos começaram a cantar: “Atirei um pau no gato tô, mas o gato tô, não morreu reu, reu. Dona Chica cá, cá, admirou-se sê, do berrô, do berrô que o gato deu: Miauuu!”

“Ah, Valdo, pula essa, coisas assim acontecem, vamos à próxima”. Tudo bem gente, mas é ou não necessário, de vez em quando olhar para dentro de nós? Parece que as pessoas estão desligadas da sensibilidade, acostumadas a viver neste mundo cada vez mais inumano, Coitado do gato! Mas isso não é tudo. O pior vem agora se prepare...

“Bendita Marvada” - Por incrível que possa parecer, mesmo sabendo que o álcool é inimigo das pessoas, seja na condução de um veículo, na liderança no lar, na empresa, na Nação, mas existe um programa semanal de TV que mostra a cachaça como bebida que traz agradável contentamento e satisfação. Que lástima! Essa informação não é verdadeira! A cachaça causa a dependência química e com isso a infelicidade, angústias e aborrecimentos. A bebida alcoólica não resolve problemas, pelo contrário, agrava-os. Quem deseja “escapar” de fazer papeis ridículos, infames, não deve recorrer à bebida alcoólica e sim à boa leitura, amizades legítimas, música instrumental ou orquestrada, esportes, lazer pescaria, artes, passeios com familiares. Deus fez o homem reto, saudável, por quê ele complica tanto as coisas?

Aplausos à sensibilidade! – A vida, desde o início, versus a vida desde o fim, tem como principal detalhe a sedução da sensibilidade. Ela precisa estar presente em tudo com muito amor e firmeza.

Não precisamos de mais progresso material, precisamos de mais progresso espiritual. Não precisamos de mais força intelectual, precisamos mais de força moral. Não precisamos de mais conhecimentos, precisamos de mais caráter. Chega da tirania do amor egoísta, precisamos de mais sentimentos, de afeto, do amor altruísta.

Reflexão – A sensibilidade existe no homem moderno, mas, vem sendo degradada. Há urgência para a humanidade resgatar o significado de sentir. Assim como viver é preciso, sentir é mais preciso ainda! O homem necessita se reinventar, para dar mais sentido à sua essencialidade. O ser humano é mais essencial quando compreende que não é um corpo, ele tem um corpo.

Sensibilidade tem tudo a ver com família, trabalho, conhecimento, autoconhecimento, capazes de agregar mais qualidade de vida, mais prosperidade, mais alegria.

Amor e insensibilidade contrapõem-se como luz e trevas. E reafirme-se, em nome da verdade, um dia vamos entender direitinho a grandeza dos belíssimos sentimentos, que Deus nos dotou, mas estão adormecidos em nós.

 

Antônio Valdo A. Rodrigues

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