Nova estrada

“Quando a situação for boa, desfrute-a. Quando for ruim, transforme-a. Quando não puder ser transformada, transforme-se”. (Victor Frankl)


Há algum tempo tenho pensado em escrever algo sobre este tema inquisitante: “A nova estrada - o depois”. Esse estágio posterior é totalmente desconhecido. É como correr atrás do vento para pegar algo que não se tem idéia. Como conciliar a vida pregressa com o outro plano de existência? Difícil tarefa! Afinal o que inquirir?

Sobre esse momento posterior ignorado, esforcei-me para ser mais lógico e menos leviano; mais coerente que atrevido; mais racional que aventureiro. Afinal o que conceber sobre essa extravagante multidão de espíritos desgarrados?

Antes de tudo é oportuno pedir fé, humildade e coragem para “navegar” nesse mar imenso chamado Universo de Deus. Somos um grande aglomerado de átomos e ainda assim, apenas um átomo no Universo. Que Deus nos ilumine, mesmo com nossas inúmeras imperfeições, para que consigamos pensar na metamorfose espiritual. Afinal, como vai ser a conversão ‘matéria’ em ‘luz’?

A necessidade para imaginar o “pós-morte” tem que ser já. Antes que a prioridade mude, o encontro se perca, a busca se enfraqueça, a vida passe e tantas coisas se transformem. É apenas um raciocínio investigativo sobre o homem e suas circunstâncias. Que demais poder refletir mesmo sabendo que os padrões de avaliação deste mundo são duvidosos e incompletos...


Existência humana e Eternidade - Agora, todos buscam avidamente a felicidade. E depois, a grandeza ou a pequenez de cada pessoa já vai estar definida? Agora há uma variedade de pessoas em nossa vida. E depois, ‘levitas’ e ‘levados’ vão nos encontrar? Nós não os vemos, e eles podem nos ver?

E as perguntas não param... Vamos ter nome, um lar, uma casa? Vamos usar roupas? Vai haver dia e noite e vamos dormir e despertar? Nossa memória vai recordar das coisas boas e más que marcaram nosso viver? E os doentes de Alzheimer, de esquizofrenia vão resgatar a sanidade perdida? E o câncer tão devastador, terá deixado conseqüências? E os fumantes, alcoólicos, dependentes químicos (drogas), vão carregar na alma os efeitos deletérios do vício?

E os portadores de distúrbios psíquicos e outros, com sintomas de: ansiedade, tristeza, insônia, falta de apetite, gastrite, dores musculares, perda de interesse, fadiga, cansaço, vão ter médicos, remédios, hospitais? E lá existe hospital para a depressão severa? Os esclerosados, os surdos, os cegos, os paraplégicos, vão resgatar a lucidez, a integridade física? E os injustiçados, enredados no autoengano da perda de emprego, dinheiro, fé, da má companhia, vão conviver com os nonsenses irreverentes? E o pertencimento familiar, principalmente entre cônjuges, pais e filhos, vai ser grandioso, ou a desfaçatez vai continuar? E quando o tamanho dos nossos sonhos foi interrompido, será que a desmotivação vai dar lugar ao entusiasmo, à autorrealização?

Outra coisa, os adoradores vão estar próximo ao Adorado. Certo? Certo. E eles vão poder orar o Pai Nosso? E as necessidades fisiológicas: respirar, alimentar-se vão acontecer? Como os seres de países de línguas diferentes vão se comunicar? E os índios vão se reunir em aldeias celestiais? E vamos encontrar os seres viventes, nossos animais de estimação, cachorro, cavalo, gato?

“Ah, Valdo chega com esse ‘lero-lero’ que já está dando um nó no meu entendimento! Você pode parar com essa prospecção para adivinhar como será o nicho nessa nova morada?” É verdade. Peço desculpas! Mas fique tranqüilo, acredite que na agenda de Deus, tudo vai fazer sentido porque Ele tem o controle sobre todas as coisas. E quem não obedecer às leis de Deus, vai ficar à beira da desesperança e refém das leis dos homens!

Planos humanos não são mais perfeitos que os planos de Deus, assim, nesse renascimento, vamos nos despedir destes defeitos comportamentais: egoísmo, ganância, inveja, vaidade, arrogância, ignorância, insensibilidade e muitas outras desordens. Que alívio ficar livre dessa ‘felicidade invertida’, capaz de enganar a maioria dos homens, fazendo-os caminhar com passos mínimos e curtos em espaços infinitamente imensos...


Reflexão – Claro que há algo glorioso após a morte! Ditosos os que vivem como esperança. Felizes os que morrem como um sonho. Essa é a nossa fé na batida da vida - Tristeza conquista felicidade. Só isso já é uma compensação mais que suficiente!

Quer vir junto nesta busca? Vamos conversar! Nós ‘pensamos’ em relação a Deus. Deus ‘tem certeza’ em relação a nós. E você o que pensa sobre isso?

Por enquanto vamos nos regozijar porque ninguém vai estar longe, apenas vai passar para o outro lado, de um caminho onde uma existência é um momento, o corpo é uma veste e a morte um sopro renovador. Com certeza, os laços que nos unem são eternos...


Antônio Valdo A. Rodrigues
Clima Bebedouro

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