“Nenhum bom momento, nenhum mau momento se eterniza. Nada na vida é definitivo, nem permanente”. (Leon Trotski)
Todas as coisas boas trazem preocupação. Todos os relacionamentos trazem problemas. Por quê? Porque cada um de nós é impactado por diferentes momentos de glória, vergonha e dor. Somos únicos, diferentes, singulares, difíceis, exclusivistas e sós. Nascemos sozinhos, vivemos sozinhos e vamos deixar este mundo tambem sozinhos. Pai, mãe, irmão, cônjuge, filhos, amigos, foram realidade ou ficção? Cada um de nós tem sérios questionamentos sobre estes ‘encontros’. Há muita literatura que é apenas falácia, muita autopromoção com conteúdo falso, exagerado, fútil, enganoso que não repercute bem.
Cada indivíduo “acha” que tem a receita certa, mas não sabe onde termina o engano e onde começa a realidade. O engano é um equívoco e vem de ponta-cabeça, recheado de “eu acho”. Para os “achistas” é cômodo. Ser achista é um vício. Aqui você pode observar que o acelerado ritmo dos “eu acho”, pode estar ofuscando o propósito dos “eu acredito”. Que demônios de achismos são esses que cegam nossos olhos? Mas ainda há tempo para uma reversão e superação. A verdade vem reta e direta, recheada de muitos “eu acredito”, sempre em busca de uma aproximação com o que é a verdade.
Nosso pecado maior é não incluir Deus em nosso futuro. A fonte do mais puro amor está na cruz de Cristo. Cada um de nós tem suas situações e tem que decidir e se decidir tem consequências, não decidir tem mais consequências ainda.
Com o passar dos anos vamos verificando que a vida é muito mais difícil do que poderíamos pensar que fosse. Há uma perda de autonomia obrigando-nos a “nos ouvir” com mais atenção. Sendo assim, é demasiadamente humano não querer pensar na finitude da vida, mas uma hora chega o limite de nossos dias, sinalizando o fim da linha, sem termos mais chances de buscar a pureza, beleza, restando o silêncio, o desconhecido e uma cruz no cemitério. Não é bem assim? A realidade é muito estranha, mas é a essência de cada um de nós.
Na Páscoa o Papa Francisco fez uma exortação para uma compreensão do significado da vida. É assim: “O ser humano é estranho... Briga com os vivos, leva flores para os mortos. Lança os vivos na sarjeta e faz orações pedindo um ‘bom lugar para os mortos’. Afasta-se dos vivos e se agarra desesperado quando estes morrem. Fica anos sem conversar com um vivo, e se desculpa, faz homenagem, quando este morre. Não tem tempo para visitar o vivo, mas, tem o dia todo para ir ao velório do morto.
Critica, fala mal, ofende os vivos, mas os santifica quando estes morrem... Será que, aos olhos cegos do homem, ‘o valor’ do ser humano está na sua morte e não na sua vida? Mas é sempre tempo para repensarmos o sentido da vida, com mais maturidade, enquanto estamos vivos”.
Cada um de nós tem em seu interior duas forças famintas e adormecidas: a força do bem e o mal. O bem é a virtude, a maturidade. O mal é a carnalidade, a irresponsabilidade. Qual delas vencerá? Vencerá aquela que você mais alimentar.
A vida é assim mesmo, existe muita tristeza no sorriso de alegria, porque falta-nos luz. Necessitamos urgentemente de uma “inseminação de luz espiritual”. Sabemos direitinho o caminho para satisfazer essa exigência. Gabriela Mistral destaca essa necessidade: “Caso nossa maior necessidade fosse informações, Deus teria nos enviado um professor. Se a nossa maior necessidade fosse a tecnologia, Deus teria nos enviado um cientista. Se a nossa maior necessidade fosse dinheiro, Deus teria nos enviado um economista. Mas, uma vez que a nossa maior necessidade é compreender e perdoar o próximo, Deus nos enviou o Salvador”.
Reflexão – Ele fez-se como cada um de nós para que pudéssemos nos tornar como Ele. Ele ama cada um de nós como se houvesse apenas um de nós para amar. Somos seres humanos em busca do melhor crescimento material, espiritual, emocional, mas, se eu não tiver amor nada serei. Nessa trajetória fraquezas fazem parte da jornada, mas, as vertentes: trabalho, família, perdão vão representar fortalezas para nos aproximar da bondade, beleza e justiça de Deus. Lembre-se, a vida é um quebra-cabeça. Apenas Deus possui o jogo completo.
Antônio Valdo A. Rodrigues