“Há três coisas que nunca voltam atrás: a palavra proferida; a flecha desferida; a oportunidade perdida”. (Mark Twain)
Todos estamos sujeitos a “pisar na bola”. Essa expressão indica quando um atleta de futebol, ao pisar na bola, perde o equilíbrio e cai. Assim é também a nossa vida. É só dar uma bobeira, uma desatenção com as atitudes e a queda é certa. Vamos ver de perto algumas “pisadas na bola”. São apenas alguns exemplos!
Um empregado não está cumprindo com suas obrigações e arrogantemente diz ao patrão: “Se o senhor quiser, pode me mandar embora!”. E o patrão o demite. Vai ser mais um perdido na multidão dos desempregados. Não tem recebimento, mas tem muitos gastos. Que lástima! E a família? E os compromissos financeiros? Então o irresponsável pergunta ao trabalho: “Por quê me demitiste?” E o trabalho responde: “Porque pisaste na bola e te revoltaste contra mim”.
O estudante que falta às aulas e quando comparece não respeita, nem valoriza os ensinamentos dos mestres. Pisando na bola assim, vivendo tão irresponsavelmente, não vai ter sucesso no vestibular, no concurso, na entrevista, na busca do melhor salário no mercado de trabalho.
Professores não vocacionados, pouco interessados em provocar a mudança comportamental em seus alunos, será que pisando na bola assim estão conseguindo motivar e entusiasmar os jovens para o idealismo de um mundo melhor? Com certeza há professores que esqueceram o juramento que fizeram: “Prometo cumprir os deveres de professor trabalhando com empenho e dedicação no desenvolvimento integral de crianças e jovens, cuja educação me foi confiada”.
Pisam brutalmente na bola os “consumidores obstinados”. Compram tudo que veem, sem uma análise prévia para saber se é necessário ou não. Um dia vão entender que para chegar ao milhão há necessidade de economizar no tostão. Celulares caríssimos são brinquedos, entretenimento que roubam o hábito diário e necessário de se conversar, principalmente de se ler. Não se lê mais, nem bula de remédio!
Pisam na bola os que fumam, os que consomem álcool e ainda se acham no direito de dirigir o automóvel, a moto. Usar droga é contaminar a qualidade de vida, é comprometer o futuro. Pisando na bola assim um dia vão dizer: “Meu mundo caiu! E agora, o que fazer?”.
Para os que não fazem da sua família “a sua bandeira a sua grande verdade”, mas preferem ser indiferentes aos pais, filhos, familiares... Será que não estão covardemente, pisando na bola?
E os que não aceitam o engajamento com as coisas de Deus. Não perceberam ainda que Deus está nos detalhes, e nos pequenos detalhes Ele fala com a gente. Então foi assim que um dia Ele falou comigo...
Estávamos no templo religioso aguardando o início dos estudos. Observei que no chão perto de meus pés, uma abelhinha perdida rastejava, andando de um lado para outro, sem saber exatamente o que fazer. Já era noite e ela parava e agitava freneticamente as asinhas, querendo voar. Parecia um avião ‘taxiando’ antes de levantar vôo. Ele vai à cabeceira da pista e movimenta os motores, as turbinas com a potência máxima. É a verificação final para saber se tudo está legal para o grande pássaro de aço poder decolar!
Assim procedia a abelhinha. Queria voar, voltar à colmeia levar a sua quota de mel, mas não conseguia decolar. Teria sugado flores com agrotóxico e estava meio ‘grogue’? Não sei! Sei que a abelha voa quilômetros para fazer a sua coleta de mel e volta direitinho, para a sua caixa de favos de mel, mas a nossa abelhinha solitária estava bem desnorteada!
E o líder religioso já estava quase começando, quando a abelha rastejante afastou-se de mim, aproximando-se do banco ao meu lado. O cidadão ao vê-la não teve dúvida: uma boa pisada e “trec”, a abelhinha já era. Essa foi sem dúvida uma monumental pisada. Abelha, desculpe-nos o nosso impróprio “crás”, esquecemos que você é uma obra de Deus com toda fauna e flora prestando-nos relevantes serviços, inclusive na polinização das flores...
Reflexão- O mel é necessário. A obra de Deus é necessária. O homem enxerga esses detalhes, mas fica na sua zona de conforto e insiste em pisar na bola como se o mundo, à sua volta, fosse propriedade sua.
“Ah, pára Valdo, foi só um ‘trec’ e nada mais!” Um “trec” impensado mexe com a vida. Todos nós temos nossas virtudes e fraquezas... É verdade, todos nós temos o nosso nicho. Qual o nicho mais importante o nosso ou o da abelha? Quem sabe dizer onde começa e onde termina a vida?
Importa-se se um dia você me ouvir chorar? Talvez por uma simples abelhinha que desejava apenas voltar para casa e não conseguiu!
Antônio Valdo A. Rodrigues