“Justiça é a vontade firme e constante de respeitar todos os direitos e de cumprir todos os deveres”. (Ulpiano)
Na Roma antiga, a justiça era representada por uma estátua, com os olhos vendados. O propósito era comunicar a imparcialidade de seus valores máximos, onde todos são iguais perante a lei e todos teem iguais garantias legais, direitos iguais. Assim a justiça deve buscar a equidade entre os cidadãos.
Entendemos que o fruto da justiça é a paz, é a cessação de hostilidades. Então a justiça é faculdade de premiar ou punir segundo o direito. Justiça é a virtude que consiste em atribuir a cada um aquilo que de direito lhe pertence.
Mas afinal, qual é o problema? Seria bom que não houvesse problema, mas, desde que o mundo é mundo há conflitos e muitos, porque cada indivíduo, de acordo com suas experiências, desenvolve noções diferentes a respeito de temas diversos. É difícil existir um conceito universal de justiça porque o que é justo para uns, pode não ser justo para outros. Para uma melhor reflexão vamos reunir aqui algumas considerações sobre o tema.
Antes de tudo é bom lembrar que o juiz tem um papel fundamental, pois será o mediador de todo processo. Ele é a justiça animada.
No dizer de Sócrates, justiça é virtude e sabedoria, e a injustiça é maldade e ignorância. Sócrates resume assim: “Justiça é falar a verdade e devolver ao homem o que lhe pertence”.
Aristóteles tem uma definição polêmica, mas verdadeira: “Ser justo é aplicar a justiça com desigualdade aos desiguais, à medida que os desiguais se desigualam”. Ele reconhece que o conceito de justiça é impreciso, ou seja, reconhecemos com maior facilidade determinada situação como sendo injusta, do que quando a situação é justa.
A justiça e a Bíblia – O texto bíblico está repleto de ensinamentos para se viver com justiça e paz à luz da Bíblia. Tomás de Aquino argumenta assim: “Somente a vontade de Deus é perpétua e se a justiça é uma perpétua vontade, então a justiça somente pode estar em Deus. Justiça é luz, iniqüidade é trevas. O justo só é justo com Deus e o fruto da justiça é a paz.
A justiça e a Família – Por quê na família não há justiça e paz? Porque os pais não sabem exercer a autoridade e os filhos não se ligam com a autoridade dos pais e não obedecem.
Sem conhecimento e perseverança nos ensinamentos do livro religioso jamais os filhos e pais vão conhecer limites, regras, normas de vida tendo como propósito justiça e paz em família. Pais e agregados (tios, avós, padrinhos), precisam fazer parte da parceria e conviver mais de perto com os jovens principalmente para reforçar "as regras do jogo”. Todos precisam ter engajamento com as instruções do livro para chegar aos melhores resultados.
Toda perfeição tem seus limites, mas para os ensinamentos do Mestre não há limites. Quanto mais é melhor, principalmente porque a criança é naturalmente difícil e rebelde. Essa fase passa, mas, conviver com a disciplina faz parte das estratégias divinas. Pais e professores sabem onde encontrar esses referenciais de educação. Corrigir a criança faz parte da formação da personalidade e isto acontece no lar. É melhor uma criança chorar agora do que os pais sofrerem e passarem vergonha mais tarde!
Recordando Aristóteles: “A justiça não é igual pra todos”. Os dedos da mão não são iguais. Os filhos também não são iguais. É necessário colocar limites na vontade e na irreverência dos filhos. Eles vão entender que estão sendo corrigidos, mas estão sendo amados...
Reflexão – Prazer e dor, felicidade e tristeza deveriam ser uma bússola no sentido de gerar o máximo de bem estar e felicidade para todos. Fácil entender isso, a vida é atraente pelo desconforto. Não existe vida sem conflito. O justo sabe lutar pela coisa certa, assim será julgado de acordo com a sua justiça. Sem justiça prevalece pecado e impiedades. Sem Deus não há como haver a verdadeira justiça. Haverá sim falsidade, que ocupa indevidamente o lugar da conduta reta.
O direito é como a água, refrigera. A justiça é como o ribeiro, satisfaz porque é perene. A paz é a graça maravilhosa...
Senhor! Ajude-nos a ter o coração sábio para cumprir todos os nossos deveres. O exemplo já é um bom começo!
Antônio Valdo A. Rodrigues