Eu me conheço?

“Estude, enquanto eles dormem. Trabalhe, enquanto eles se divertem. Lute, enquanto eles descansam. Depois, viva o que eles sempre sonharam”. (Will Smith)


Na boa, pare e pensa assim: Quem sou eu? Como eu sou? Será que eu me conheço? O que eu penso, falo e faço é o melhor a ser feito? Aquele cara lá que tem aquele jeito de ser, sou eu mesmo? Ou será que eu pertenço ao time dos que acham que está tudo bem do jeito que está, como se a vida fosse um tanto faz, como tanto fez? Que insensatez! É sobre este questionamento que queremos refletir: “Conhece-te a ti mesmo!”.

A vida tem essas inadequações das grandes esperanças colidindo com cruéis realidades. E nesse imbróglio, poucas vezes voltamos a atenção para nós mesmos, para nos conhecermos melhor, para ver de perto como realmente somos, como manejamos nossas expectativas, emoções e sensibilidade. Vale à pena compreender direitinho se o que existiu, o que existe em nossa vida pode ser considerado genuíno, verdadeiro, sincero, espécie de vertentes do bem, da verdade, da justiça: No dizer de Leon Trotski, todas as pessoas felizes se parecem, mas as infelizes são infelizes cada um a sua maneira. Nós temos naturezas individualistas, narcisistas, que é o exagerado culto a si mesmo. A preocupação é ter. Eu tenho, eu faço, eu compro, eu guardo, eu gasto, eu viajo... O mundo se volta muito para o hedonismo, que significa o prazer como bem supremo e finalidade de vida, como se o planeta fosse um parque de diversões e estivesse à nossa disposição com total ausência de comprometimentos, obrigações, propósitos... Só mesmo Eclesiastes para explicar melancolicamente a pequenez das coisas deste mundo: “Vaidade de vaidades, tudo é vaidade”.

Mas afinal, o que é envelhecer pacificamente? É espiritualizar-se cada vez mais para transpor crises de depressão, cansaço, desânimo. É não perder o foco. Será que quando chegar ao final minha vida terá alcançado algo de significativo? E você? Você já se perguntou: “Minha vida tem algum sentido? O que faço tem algum valor? Fala sério, estamos precisando reunir o melhor do nosso esforço para nos conhecer mais! E Eclesiastes volta acenar com um norte sobre a realidade da vida. “Não exagerar no materialismo, na carnalidade, no egoísmo, na vaidade, pois na vida tudo passa”.

Temos consciência que um dia, a morte vai ser decorrência natural e inevitável da vida. E esperamos que o saldo de amor não esteja em déficit. Nunca é tarde para compreender que o amor é mais que um sentimento, é uma causa. Quem quer ser diferente na vida e não sabe como começar, comece por amar. Outros sentimentos virão agregados ao amor: piedade, compaixão, misericórdia, perdão, justiça, dever. Esses dons não chegam até nós espontaneamente, precisamos preparar um caminho para eles.

Assim é o ser humano, um eterno insatisfeito que não sabe o que quer. Hugo Lapa pontua muito bem quando diz: “O que queremos não está no mundo, está além do mundo. Ninguém está sempre satisfeito no local onde se encontra, pois não existe contentamento que não se esgote. Não há lazer eterno e nem bem estar que não chegue ao fim. Somos carentes num mundo repleto de ilusões e fantasias de coisas finitas.

Deveríamos correr menos, caminhar mais. Aceitar os fatos da vida e revoltar-se menos. Viver a simplicidade, do presente, sem exigir muito do futuro. Olhar mais para dentro, conhecer-se mais ao invés de buscar a aprovação dos outros para nosso enganoso desejo de querer ser admirado”.


Reflexão – Somos seres imperfeitos. Vivemos tempos em que valorizamos o trivial e desprezamos o essencial. Que lástima! Conhecemos pessoas para perdê-las. Ganhamos coisas para deixá-las. Juntamos bens materiais para, na maioria das vezes, ser motivo de inimizade, desentendimentos, desagregando os herdeiros. Que pena que a gente só tem esse tempo e na maioria das vezes o mundo ameaça desabar sobre nós.

Um dia vamos ter que nos despedir para todo o sempre, daquele cara que não fomos não somos e jamais seremos... Um dia vamos entender direitinho que tudo que nós pensamos que é importante, não é. E tudo o que pensamos que não é importante, é. Renato Teixeira diz assim: “É preciso amor para poder pulsar. É preciso paz para poder sorrir. É preciso chuva para florir”. A nossa história está escrita, é só uma questão de querer cumpri-la.


Antônio Valdo A. Rodrigues
Clima Bebedouro

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