Desejo a você...

“O tempo passa e me assusta, como se eu fosse outro. É isso que eu sou”. (Ricardo Píglia)


Todo o planeta, bilhões de pessoas desiguais contatando com infinitas pessoas, ora aprendendo, outras vezes ensinando e nem sempre convivendo pacificamente com esse universo de diferentes...

Uns falam pouco, uns são ocos e opacos, uns se emocionam, outros são indiferentes. Uns insistem em ser como são, repetitivos, lentos e tardios na evolução e não estão nem aí com o mundo vão trolando fazendo a sua insensata parte. Complicam mais as coisas com aceitação de uma falsa e enganosa filosofia de vida. Coisas assim: “A voz do povo é a voz de Deus”, mentira! A voz do povo nunca foi a voz de Deus! Falam que: “Deus escreve certo com linhas tortas”, outra idiotice! Deus não erra no que faz, Ele sempre escreve certo e com linhas certas.

E a gente vai levando, ou sendo conduzido por esse mundo vazio e imaturo, tendo consciência que um desses sete bilhões de inseguros e incompletos somos nós mesmos.

Ao se cogitar que decisão tomar ficamos indecisos. Coisas assim: E se a insensibilidade do ser humano continuar desgastada, desordenada, descontrolada, com certeza o “bicho vai pegar”, e a desgraça vai chegar a um estágio de perfeição, do jeito que o diabo gosta. E se não aceitarmos o que é errado mesmo convivendo com imperfeições, vai ser mais fácil ver à frente uma verdade mais verdadeira? Esse é o exercício da sensibilidade que faz o homem se aperfeiçoar no amor e se aproximar de Deus.

“Valdo, eu não estou entendendo bem o que você está pretendendo dizer com essa tal insensibilidade do mundo. Explique melhor!” É apenas uma tentativa para insistir que o amor não tem prazo de validade. O amor existe porque só a vida não basta. A vida é incompleta ela é muito pouco sem o amor. O amor é vertente é divisor de águas: isto convem, isto não convem.

Nossa caminhada é individual. É nossa e só a nós pertence, mas é sempre válida quando tem como propósito o bem. Carlos Drummond de Andrade, na simplicidade ajuda-nos a entender que os insensíveis não podem contaminar a nossa sensibilidade.


“Desejo a você... Cheiro de jardim, namoro no portão domingo sem chuva, segunda feira sem mau humor, sábado com seu amor, quarta feira com meio humor já está bom, filme do Carlitos, reunião com os amigos, crônica do Rubem Braga.

Desejo a você... Ter uma pessoa especial e que ela goste de você a ponto de dizer eu te amo. Música do Cartola, Noel Rosa, Vinicius, letras de Chico Buarque. Frango caipira em pensão do interior, ouvir uma palavra amável, ler um texto que desperte a sua reflexão, texto que tenha contexto, e não seja só pretexto. Escrever uma declaração de amor que nunca será rasgada, nem esquecida.

Desejo a você... Receber uma surpresa agradável, ver a banda passar, noite de lua cheia, rever uma velha amizade, ter fé em Deus, rir como criança, ouvir o canto dos passarinhos em liberdade.

Desejo a você... Formar um par ideal, esperar alguém na estação, queijo com goiabada, por do sol na roça, recordar um amor antigo, ter um ombro sempre solidário, sentar numa velha poltrona, ouvir Bolero de Ravel. E muito, mas muito mesmo carinho meu”. E meu também!


Nas idas e vindas de nossa jornada existencial nunca vamos nos satisfazer com o mundo, não pelo que Deus fez, porque o planeta é perfeito, mas o desafio é o próprio homem, com suas impropriedades e sua natureza ímpia consegue transformar o que é naturalmente belo, bom, bonito em um verdadeiro caos.
Essa é a nossa realidade o planeta nunca vai nos satisfazer, pelo contrário, vai nos seduzir para depois nos confundir com coisas materiais, temporárias, afastando-nos das espirituais.


Reflexão – Enquanto o homem for fascinado pelas coisas que o satisfazem no momento; enquanto o homem não tiver compromisso sério com a bondade e a justiça, o mundo vai ser cada vez mais essa draga que é.

A maior meta de alguém é encarar o amor como um chamado. Desejo a você que fale mais de amor, doçura, compreensão, tolerância e principalmente fale mais de Deus... Mais importante do que a velocidade é a direção e a consciência para se chegar lá.


Antônio Valdo A. Rodrigues
Clima Bebedouro

FCTV Web