“Temam menos a morte e mais a vida insuficiente”. (Bertolt Brecht)
Velhice, não há desafio mais desafiador do que a própria velhice. Não é bem o caso de se virar as costas para a civilização, muito inculta e vazia, carente de sensibilidade, mas perceber que para complicar um pouco mais, a impiedosa velhice se aproxima com suas fatais desarrumações e desordens, anunciando que o fim está próximo. É sobre esse cenário que vamos falar. Algo que exige cuidados e uma mudança no olhar... Um novo olhar...
O mundo tem momentos que mudam a vida da gente e a gente tem que aceitar. Ora vamos levando a vida, ora somos levados por ela, assim como o jóquei e o cavalo. Primeiro o cavaleiro conduz o seu cavalo para que tenha o melhor desempenho na corrida.
Depois o jóquei deixa-se levar, não sabendo bem se vai ou não ser vencedor! Assim é o envelhecer e com ele a finitude sinalizando o fim da jornada.
Vamos agitar um pouco, dar um avivamento a esse novo olhar.
“E se eu morrer antes de você faça-me um favor: chore o quanto quiser, mas não se entristeça por eu estar sendo levado. Mas se não quiser chorar não chore não se preocupe. Se tiver vontade de alegrar-se, alegre-se e se alguns amigos contarem algum fato a meu respeito ouça e acrescente sua versão. Mas se elogiarem demais corrija os exageros. Também se criticarem demais, defenda-me. E se me quiserem fazer muito bonzinho, só porque morri, mostre que eu tive um pouco de bom, mas estava longe de ser o que falavam. Tambem se me julgarem como indiferente, mostre que a vida inteira eu tentei encher o meu coração e o coração das pessoas com as coisas de Deus.
Também espero continuar sendo útil a Deus, onde eu estiver. E se tiver vontade de escrever alguma coisa sobre mim, diga apenas assim: ‘Foi meu amigo, acreditou nas boas realizações dos homens, plantou a boa semente... ’ Aí então derrame uma lágrima. Eu não estarei presente para enxugá-la, mas não faz mal, outros amigos farão isso no meu lugar.
Peço-te para que, de vez em quando, ore! Tenha fé. Ficarei feliz vendo você orar por você, pelas pessoas, pelo mundo. E quando chegar o seu momento de ‘missão cumprida’, aí sim vamos viver mais verdades da nossa amizade.
Antônio Valdo A. Rodrigues
