“A instrução é da inteligência, a educação é da consciência. A instrução faz o homem erudito, a educação faz o homem sensível”. (Huberto Rohden)
A vida está sempre nos desafiando a desembrulhar o inesperado, mas ao mesmo tempo nos apresenta ensinamentos para saber lidar com as alternativas de solução. Um bom exemplo para entender nosso convívio com o inesperado é observar um lutador de artes marciais. Ele sabe o que tem que fazer para vencer o combate, mas seu adversário tambem vem com ‘armas secretas’ para levar a melhor. Os dois vão ter que se descobrir para desvendar o inesperado.
Os lutadores vão obedecer as regras da luta. Será vencedor aquele que utilizar melhor estas cinco habilidades: ataque, defesa, técnica de combate, iniciativa e muito treinamento. Durante a luta o atleta poderá ficar esgotado, cansado, quase sem forças, mas ele tem fé que vai chegar à vitória. Fé é a convicção de crer no incrível, ver o invisível e receber o impossível. Mas ele tem consciência que tanto a vitória como a derrota são do momento, são temporais. Não vai ser possível permanecer constantemente vitorioso, tem que ser humilde e admitir que precisa aprender muito ainda.
E a luta termina. Os combatentes não se odeiam. Não se muda a sensibilidade para caber no homem, se muda o homem para caber na sensibilidade. Então eles se abraçam confraternizando-se, independentemente do resultado favorável ou não, como a dizer: “Eu te admiro, parabéns!”.
Arte marcial e a nossa vida, tudo a ver. Precisamos atacar defender, vigiar nossas atitudes para acertar mais e errar menos, e encontrar soluções mesmo para aqueles problemas mais complexos que mais parecem ser uma obra de arte do diabo. Mas é assim mesmo o vitorioso sabe que precisa melhorar, enquanto o imaturo tem uma desculpa para justificar a derrota.
Assim é a nossa vida. A velhice não é tão sábia quanto afirma. A meia idade com vaidade e egoísmo de sobra, embaça a sabedoria. A juventude tem a pressa dos novatos. Embriagada pela descoberta do ‘amor-paixão’ é insegura quanto aos critérios e limites necessários. Não entende ainda que Deus dá ao homem, não o que ele pede, mas, o que ele precisa.
Vamos a mais um exemplo para entender direitinho essa questão do grande desafio. O que um jogador de futebol faz com a bola, nós deveríamos fazer com a vida. A sequência da jornada esportiva é assim: primeiro o atleta faz a coordenação da jogada. Ele lidera, toma a bola para si, olha para os adversários e para os colegas. Ele precisa driblar e escapar com velocidade sem perder o controle e domínio da bola. A estratégia é sempre proteger a bola para que ninguém a roube dele, para isso tem confiança, força e habilidade para fazer o bom passe ao colega ou ele mesmo mandar a bola para o fundo das redes, conseguindo a alegria de toda equipe e da torcida, por ter marcado o gol.
O detalhe importante é que durante a disputa não pode haver: impedimento, por a mão na bola, xingar o juiz ou os outros atletas, reclamar, fazer jogo sujo com o adversário. Em especial torcendo para que a bola chegue redonda e não saia quadrada. É a grande luta. O ataque pensa assim: “Nós somos superiores e vamos marcar muitos gols”. A defesa pensa diferente: “É o que veremos quem pode mais! Aqui não vai passar nem pensamento!”
Nossa vida é idêntica. Exige compromisso, propósito e determinação para atingir o objetivo e ser sempre eficaz. O engajamento entre as pessoas é fundamental cuidando para que sejam elegantes as atitudes, no exigente jogo da vida. É bom lembrar que esse jogo começa entre as quatro paredes do lar, depois continua no trabalho, na escola, no clube de lazer, no templo religioso, sempre com fortes desafios que nos obrigam a mostrar nossas melhores habilidades. Ah, quase ia me esquecendo, no futebol o técnico tem importância fundamental com suas necessárias instruções para um bom desempenho dos atletas Nós também temos o nosso proeminente Técnico e o leitor sabe quem é esse especialista... Ele está atento à jornada para que a nossa atuação seja profícua, repleta de mais amor e menos ódio no coração. Reflexão – Direto ao assunto. O que no mundo está melhor por sua causa? Pelo que você, eu, pelo que nós fizemos, valeu a pena termos existido? Foi uma grande luta, ou está sendo uma batalha meia boca? Será que estamos fazendo um bom combate? Temos sempre que esperar o inesperado. Sem uma estratégia séria vai ser difícil estruturar uma vida emocional, intelectual, espiritual e física em harmonia. Vai ser difícil fazer um espetáculo digno de aplausos!