Os epitáfios

“Aquilo que existe de mais vulnerável é a vaidade humana. Até na morte o homem revela vaidade no epitáfio sepulcral”. (Nietzsche)


Epitáfio é uma inscrição, um breve elogio fúnebre no túmulo de quem já teve existência entre nós. São bem diversos os epitáfios sempre expressando uma forte matriz do falecido. Vamos conhecer e tecer alguns comentários sobre epitáfios importantes.


Que é a vida? A vida é uma breve luta onde a vitória é vã e o vencedor nada ganha. (Disraelli) A verdade pura sobre a vida pertence somente a Deus. Um dia nós vamos entender tudo direitinho.


Ama-se a vida, foge-se da morte, mas um dia chega a que tudo o que somos é apenas saudade do que fomos. (Oscar Wilde) Com certeza, essa é uma realidade incontestável. Por enquanto ficamos com o silêncio e a dúvida.


Vivi o suficiente, e sou grato a Deus por ter desfrutado uma vida feliz, mas no final das contas, esta vida não é nada, senão vaidade. (John Locke). Concordamos e se algumas vezes chegamos a admitir a nossa superioridade, o fizemos por vaidade.


Vaidade de vaidades, tudo é vaidade. (Schopenhauer) A citação é bíblica. Só quando se chega à idade provecta é que se começa a compreender plenamente esse primeiro verso de Eclesiastes.


Alto lá, minha vida! Devagar! Calma agora! Chegamos ao fim da jornada e você ainda quer galopar adiante, sem controle transpor a página derradeira, como se a sua tarefa já não tivesse sido feita? (Henri Bergson). Há um momento na trajetória de vida do ser humano que ele percebe que chegou a sua vez. Nesse instante não existe certeza de como vai ser a continuação...


Existem duas tragédias na vida. Uma é não conquistar o que seu coração deseja. A outra é conquistar. (George Bernard Shaw). É verdade, o filósofo estava inspirado. Dê ao homem tudo que o que ele deseja e ele sentirá que esse tudo, não é tudo. Ele quer sempre mais...

A felicidade existe apenas na imaginação. (Mozart) De fato, poucos são os que chegam a sentir pleno contentamento sem os efeitos colaterais. Tambem porque, se ainda estamos assistindo o filme da vida e ele não terminou, não temos como saber como vai ser o final do enredo existencial.


Um marido surdo e uma mulher cega fazem sempre um casal feliz. (Harold Thompson) É preciso admitir que o convívio seja dotado de essência espiritual tendo como moldura paciência e tolerância que e apura a alma. É preciso decidir se a prioridade é: Ter razão ou ser feliz!


Demorei em compreender o que é essencial. O essencial não está na saída nem na chegada. Ele se dispõe para a gente no meio da travessia... (Rubem Alves) Perfeito! A “realidade feliz”, se é que ela existe, não está nos bons momentos do passado, menos ainda no futuro incerto, mas no instante que se vive aqui, agora.


Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, leia muitos livros, mas, ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana. (Carl Gustav Jung). É verdade, vale à pena usar mais o holofote da sensibilidade, para satisfazer-se e principalmente para melhor compreender a sensibilidade do outro.


Em conseqüência da cobiça invejosa, poucos podem dizer que tiveram uma vida feliz... Por causa da ganância, viveram contrariados consigo mesmos e invejosos dos que teem outras ocupações. (Horácio). Quando nos deparamos com outros que teem o que nós não temos, nossas mentes atormentadas fazem inúteis comparações. Fala sério, como o homem precisa evoluir na vida!


Reflexão – O importante não é achar a vida ser bela, mas compreender que é bela e poder dizer: “Vida, eu lhe agradeço!”

Mas, que pena, nosso espaço acabou... Há tantos outros epitáfios... Quem sabe, um dia, possamos voltar ao tema!

Neste encerramento, fiquemos com este epitáfio escrito na lápide do escritor Francês, Henri Beyle (Stendhal). Pode ser um pouco agressivo, chulo, indelicado, mas em seis palavras Stendhal conseguiu sintetizar, o que faz sentido para quase toda a humanidade: “Na vida eu só fiz merda!” É um epitáfio breve, mas, vai fundo, muito fundo no: “Conhece-te a ti mesmo” de todos nós. E pensar que tem gente que alem de fazer a merda, faz questão de espalhar...


Antônio Valdo A. Rodrigues
Clima Bebedouro

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