Você é demais?

“Qual a diferença entre um moralista e um libertino? Para o moralista tudo é permitido, exceto o que é proibido. E para o libertino tudo é permitido, principalmente o que é proibido”. (John V. Neumann)


Você já ouviu algumas vezes, alguém falar de “livre-arbítrio?” É uma expressão contraditória, polêmica, libertina, chegando a ser imoral.

Livre-arbítrio quer dizer livre escolha, livre opção. É a decisão pessoal para fazer o que quiser nas mais diferentes circunstâncias. Por exemplo: entre as cores vermelha e amarela eu tenho livre-arbítrio de escolher a vermelha como minha cor predileta. Neste caso o livre-arbítrio funcionou e bem. Agora se a realidade for: assaltar um banco; xingar meu chefe; torcer para o Santos Futebol Clube, bem no meio da torcida do Corinthians, então nestes casos o “livre” vai me condenar a pagar caro, tudo porque o “arbítrio” não falou mais alto: “Valdo, você está louco? Isso não se faz não!”

É verdade, você só é “demais” quando faz o que é certo fazer, até porque ao ser policiado pelo arbítrio, você está sendo conduzido a ser temente a alguma coisa: a Deus, às leis, a hierarquias, mesmo ao fanatismo radical de torcidas enlouquecidas. Não sendo assim está plantando espinheiros e espera colher o que, alem de espinhos? Livre arbítrio é como transar sem camisinha. É um ato falho. Temos o arbítrio para escolher entre o certo e o errado. Somos “livres” para acreditar no direito de ser livres só que depois vamos ter que arcar com responsabilidades e as consequências danosas, imediatas ou não, mas, que virão com certeza.

“Ah, Valdo, mas tem um detalhe, acontece que os outros não sabem avaliar que o livre deles pode nos comprometer”. Isso é verdade, mas o arbítrio é teu e tens entendimento para escolher não revidar as más ações de terceiros, mas calar-se e oferecer tratamento oposto. A opção é sempre sua, você é livre para igualar-se com a ignorância tendo uma reação correspondente ao ato delituoso ou arbitrar a situação não se sintonizando na faixa dele mas fazendo com que ele sintoniza na sua. Não foi Jesus que ensinou que a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória? Faça a sua parte com coerência e sensatez contaminando o ambiente com as boas atitudes. Pelo menos é isso que deve ser ensinado aos filhos desde cedo.

Pois bem, nós estamos semeando e colhendo o tempo todo. Se semearmos sementes de flores, colhemos flores. Qualquer outra saída é ilusão enganosa. Mas o que importa mesmo é saber que a opção é sempre nossa não tem escapatória. Somos livres, absolutamente livres para refletir e escolher antes de semear. É aí que se concentra a justiça Divina decretando merecimentos ou provações. Algumas semeaduras demoram bastante tempo para germinar, mas um dia terão seus frutos. São aqueles atos praticados no anonimato, em surdina, que aparentemente ficam esquecidos, contudo um dia vão aparecer e reclamar a colheita.

Mesmo os atos de tolerância, paciência extrema que parece não valer à pena, um dia eles vão florescer e vão apresentar seus bons resultados. É só confiar e deixar nas mãos do jardineiro Divino. Mas para isso a fé não pode ser esquálida. Dê um crédito a você mesmo, afinal você é ou não é demais?

A hora seguinte é sempre reflexo da hora atual. O dia de amanhã vai trazer resultados do dia de hoje. É assim que vamos transitando neste mundo controverso torcendo para que o “livre-arbítrio” não nos confunda a cabeça. Aliás, a expressão: “livre-arbítrio” sinaliza para uma rota de colisão! Cuidado!

Thomas Carlyle diz: “Os homens perderam toda crença no invisível e acreditam e teem esperanças e trabalham apenas no visível. Para dizer com outras palavras, esta não é uma era de religiosidade. Somente o material, o imediatamente prático, não o Divino e espiritual, é importante para nós. Nossa verdadeira divindade parece ser o tecnicismo, é a máquina que aos poucos vai anestesiando, embrutecendo e enfraquecendo a luz da sensibilidade humana”.


Reflexão – Se não plantar... Não nasce. Se não regar... Não cresce. Se não amar... Morre. Assim são as plantas... Assim são as pessoas. Oh, que demais é o amor! Quão grande e maravilhoso ele é. Ele é inesgotável, é capaz de te dar tudo aquilo que você já conhece e o que ainda não conhece...

Bom Mestre, afinal o que devo fazer para herdar a vida eterna? Simples assim: ao tocar a alma humana seja apenas outra alma humana e toque-a no coração!


Antônio Valdo A. Rodrigues
Clima Bebedouro

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