Sabedoria: tempo e experiência

Com o passar dos anos, a realidade vai se modificando a cada dia. O universo continua o mesmo; o Criador desse universo, que desde a sua origem o sustenta, continua o mesmo;o ser humano, criado por Deus com suas capacidades e limitações, virtudes e defeitos, distanciando-se ou não de seu protótipo, a “Santíssima Trindade”, isto é, de Deus, do qual foi criado à imagem e semelhança, continua o mesmo, embora tenhamos de admitir que está em contínua evolução, e nem sempre para melhor.

Diante desse quadro, aprofundando nossa observação e conhecimento, como nos sugere a sabedoria, concluímos que está em nossas mãos o nosso presente e o nosso futuro.

Embora à primeira vista exista expressões com um fundo de verdade, elas nem sempre são completas, como por exemplo:“O que importa é o presente, pois o passado já se foi e o futuro só a Deus pertence”.

Essa expressão é correta, porém incompleta, porque o passado é muito importante, pois traz luz e lições para o nosso “hoje”. O futuro, embora pertença só a Deus e é um desconhecido, nos transmite lições importantes para bem viver, não para nos preocupar demasiadamente, mas para nos prevenir, hoje, para nos alertar a respeito das consequências das palavras e atitudes presentes, pois colheremos o fruto cujas sementes hoje plantamos.

Há palavras, gestos e atitudes que falam da bondade de quem ama, mesmo sabendo que o amor é uma aventura em aberto. Porque aquilo que saberemos amanhã é algo que desconhecemos hoje, e esse algo pode mudar as verdades de ontem. É o que nos diz a grande escritora Gabriela Mistral com palavras que acentuam a alegria de amar:

Bondade de quem ama

Quem é bom, suporta a ofensa;

Quem ama esquece-a.

Quem é bom compadece-se do próximo;

Quem ama ajuda-o.

Quem é bom começa e acaba;

Quem ama começa para nunca terminar.

Quem é bom ajuda quando está perto;

Quem ama sempre está perto para ajudar.

Quem é bom desce até os outros;

Quem ama faz os outros subirem.

Quem é bom sobe conosco no calvário;

Quem ama fica por nós na cruz.

Onde não puderes amar... não te demores.

 

Cônego Pedro Paulo Scannavino

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