Os obcecados

"Fale menos, reflita mais. Lembre-se quando você está falando você não está pensando”. (Disraelli)

Filosofia é fazer perguntas mais profundas sobre a vida. “Por que vivemos obcecados com essa idéia de felicidade?” Será que é porque não sabemos as respostas do que é certo e errado? Ou nossos poderes são limitados, em muitos níveis e direções? Seja como for, lidar com a vida é um jogo no qual somos críticos ou vivemos criticando.

Não é atitude inteligente ser obcecado por nada neste mundo. O obcecado não quer ver a realidade. Ele vive com a inteligência obscurecida, torna-se cego contaminando o espírito, induzindo a mente a falsas avaliações.

O obcecado é exageradamente crítico. O texto de Constâncio C. Vigil “Não critique”, ajuda-nos a entender que por mais discordante e perturbado que tenha sido nosso dia é importante restabelecer o estado mental para que o espírito resgate a serenidade e o tempo faça sua parte. Vamos ao texto.

“Não seja obcecado em querer criticar os desonestos... Seja você um padrão de persistência na verdade. Não seja obcecado em querer criticar os mentirosos... Mentiras sempre vão existir. Seja você uma referência de sensatez de vida.

Não seja obcecado em querer criticar os falsos... Seja você uma pessoa digna, confiável, amiga, sincera. Não seja obcecado em criticar os pecadores... Eles sabem que a verdade está no mundo bem à sua volta. É suficiente que você seja admirado pelos esforços que faz para vencer as más inclinações.

Não seja obcecado em criticar os vaidosos, os arrogantes... Muitos são assim e nem percebem. Seja você decente, humilde, perspicaz. Zele pela integridade do que pensa, fala, faz. Não seja obcecado em criticar os impuros... Poucas pessoas são especiais e puras. Seja você pelo menos alguém que busca lançar um pouco de luz para que o pecado do pecador seja finito e menos dolorido.

Não seja obcecado em criticar os que guardam mágoas... Seja aquele que planta a semente do amor.  Não seja obcecado em criticar aqueles que fazem o mal... O mal entre os seres humanos sempre vai existir. Eles não entenderam ainda que o amor nunca é demais. Seja você uma tentativa de praticar o amor sem fim.

Não seja obcecado em criticar os que erram... Quem nunca cometeu erros na vida? Os errados teem também o direito de construir novos caminhos. Seja você nas horas aflitas, um “amigo presente”, solidário que acredita que um fato isolado, precipitado não pode invalidar uma vida de “bons exemplos e dedicação”.

Muitas pessoas criticam atacam obcecadamente como se o mal fosse só coisa dos outros. O mal é algo que todos somos capazes.

Erram menos aqueles que vigiam mais seus pensamentos e principalmente são comedidos nos julgamentos até porque Deus a tudo observa. A vida é feita de energia e essa energia nem sempre tem poder de felicidade. Nós somos o início, o fim é o meio. O início e o fim são imexíveis, o meio é o momento presente que vai sendo revelado aos poucos.

A vida é um ciclo e quando há falha, equívoco, ato precipitado, impensado não dá para voltar atrás então somos obrigados a carregar uma alma doente, confusa, até que haja uma intimidade intensa, interna, imediata com o arrependimento. Resta-nos aguardar o perdão dos homens e principalmente de Deus.

É assim a vida: insondável! Viver é correr risco o tempo todo. Sempre vamos querer acertar, afinal, oh vida, onde está tua verdade? O apóstolo Paulo diz em Romanos 7: 10 - “Pois não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço”. Oscar Wilde nos faz uma pergunta como forte referencial: “Quem quer um cínico que sabe o preço de tudo e não conhece o valor de nada?”

Reflexão – Costuma-se dizer que há três categorias de homens: Aqueles que contam sua história; aqueles que não a contam e aqueles que não a teem. Os que passaram a vida em brancas nuvens um dia vão gritar, mas, a única coisa que vão ouvir é o silêncio.

E concluindo, o cotidiano é insuportável porque ele é imprevisível. Não tem como negar que a única rotina perfeita é Deus. É uma pena que freqüentemente nós o ignoramos ou o esquecemos. É lamentável, não nos aproximamos Dele, mas nas horas angustiantes rogamos insistentemente por sua ajuda.