Tempo da vida

“O milagre da vida é escrever sua história tendo a certeza de que você está deixando sua biografia gravada no coração de alguém”. (Paul Valery)


Já observaram como estamos intoxicados de pressa? Tudo é uma questão de tempo. Vivemos constantemente apressados, sob condições de ansiedade, em busca de uma rota de saída com mais e mais pressa.

Vamos começar entendendo que a vida é um resumo de momentos presentes. Vida menos momento presente é igual a vazio. Isso é uma verdade porque o tempo passado não nos pertence mais. O tempo futuro não chegou ainda, então é bom ter algum controle sobre o tempo presente antes que passe.

Dizem os antropólogos e estudiosos do tempo que nós vivemos 70% no passado que não volta e não podemos mudar. Vivemos 25% no futuro sem certeza de como será. Restam-nos apenas 5% do nosso tempo para viver o essencial momento presente. Essa realidade nos dá uma angústia por saber que a vida se resume em apenas “cinco por cento”. Não é sabedoria distanciar-se dos valores do momento presente que é o tempo da vida. Vamos observar o que dizem estes filósofos sobre o uso inteligente do nosso tempo.

O escritor Weber diz: “O desperdício do tempo é o primeiro e o principal de todos os pecados. A perda do tempo por meio de conversa fiada, da ociosidade, ou do sono além das oito horas necessárias é merecedor de criticas”.

O dinheiro nós podemos aumentar, mas o tempo é sempre a mesma quota. A única coisa que podemos fazer é utilizá-lo bem, com sabedoria no momento presente. Então o que devemos considerar como tempo perdido? Com certeza ficar no passado ou preocupar-se em demasia com o futuro. O homem que permanece no passado está desperdiçando o seu precioso tempo!

Esta é a pergunta que se faz: “Temos usado nosso tempo de modo adequado?” Com o tempo não se joga, mas se vive. Dalai Lama assim define esta verdade: “Se você puder servir outras pessoas, faça-o, seja útil, até porque não há nenhuma garantia de que amanhã estaremos aqui. E se não for possível ajudar, pelo menos trate de não prejudicá-las. Essa é a base da filosofia, amar incondicionalmente”.

A idade provecta é o melhor momento para avaliar os momentos vividos e os poucos que ainda restam para viver. Veja o que diz Schopenhauer: “Somente o homem que alcança a velhice adquire uma imagem mental completa e consistente da vida. Ele a vê não apenas do ponto de vista da entrada, mas também da saída. Ele percebe com mais facilidade a vaidade enquanto os mais novos permanecem ainda presos à idéia de que tudo pode se endireitar no final. A característica fundamental da velhice é a desilusão. As ilusões se dissiparam... É com essa idade, dos cabelos brancos, quando os há, que se pode compreender plenamente o primeiro verso do Eclesiastes: ‘Vaidade das vaidades, tudo é vaidade”.

Já Nietzsche pensa diferente: “Não é bom deixar a noite julgar o dia, pois com freqüência o cansaço, a desmotivação torna-se juiz da força, do êxito e da boa vontade. Assim é aconselhável extrema cautela em relação à idade e seu julgamento da vida, uma vez que a velhice, como a “noite”, ama disfarçar-se de uma nova e atraente moralidade e sabe humilhar o “dia” com os vermelhos do crepúsculo e o silêncio nostálgico do entardecer”.


Reflexão – O futuro não será melhor que o passado! A questão é saber como viver bem o presente em um mundo que não vai melhorar. E pensar que fomos criados para amar! Amar é “Agir no tempo presente”. Assim é a nossa existência! O tempo não para e a vida acontece enquanto fazemos outros planos...

Tempo da vida é atitude superior, estado de espírito superior. Faça sempre o melhor com o que você tem, onde você está e você será sempre lembrado. Quanto ao seu passado você não se livra dele, aprende com ele.

A nossa vida sempre vai ser uma “grandeza perversa”, mas, é bom não esquecer que só existe um de nós, só existe um de você, sua história é única! Programar a vida é importante. Ter forte propósito com Deus é mais importante ainda. Quanto ao futuro, deixe-o chegar assim, naturalmente... E viva uma vida normal no presente sem pensar muito no passado.


Antônio Valdo A. Rodrigues
Clima Bebedouro

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