Quatro casas

“A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem!”. (Guimarães Rosa)

No mundo, a cada dia que passa, cresce a competição e os conflitos entre as pessoas de uma família. Não há mais unidade de paz na família. E por conta dessa competição as pessoas se tornam orgulhosas, egoístas. Não há mais tempo de pensar no outro. Perderam-se os princípios da fé cristã. Mas afinal, por quê a família está dividida? Antes era tudo tão bom... Sonhos, planos... Por que agora as pessoas revelam personalidades indomesticáveis?

É sobre isso que vamos falar hoje, problemas que as famílias mais enfrentam no atual estilo de vida, e prováveis soluções para esses problemas.

As quatro casas – Antes precisamos conhecer a dimensão espiritual da família em quatro casas. Primeira- Casa de nossos pais, nossos ascendentes, lá somos filhos. Segunda- Casa que estamos edificando e vamos gerar nossos descendentes, lá somos pais. Terceira- Casa que nossos filhos vão estruturar, e lá, será que fomos bons discipuladores? Que valores eles estarão levando para fazer a gestão de sua família? Será que vai haver fidelidade, exclusividade e lealdade, como família que serve a Deus? Seria gratificante ver o jovem que discipulamos produzindo bons frutos. Quarta- Casa de ‘graça e paz’, para todos que, nas casas anteriores, permaneceram na fé como discípulos da verdade. Feitas estas considerações, vamos ver principais problemas e as soluções.

Problemas que as famílias mais enfrentam:

*Mundo em mudança, família enfraquecida. Ausência de responsabilidade, de valores, de compromissos morais, emocionais, espirituais.

*Perda da referência de Deus na verdadeira educação dos filhos. Falta de consideração às diferenças individuais dos filhos.

*Dificuldade em enxergar a diferença entre bem e o mal, certo e o errado, lícito e o ilícito. O clima no lar mais parece um vale tudo de coisas erradas!

*Ausência de regras e disciplina. Pais não presentes, órfãos dos próprios filhos. Os pais fingem que ordenam. Os filhos fingem que obedecem.

*O filho é rebelde e não aceita que a responsabilidade de disciplina caia sobre os pais. O pai não tem autoridade. O filho não tem humildade.

*Filhos que brigam entre si, aborrecem os pais com total desobediência às normas estabelecidas na casa. Os filhos não querem ouvir os pais!

*Pais permissivistas no uso do computador, celular, TV. Não há um controle para saber como está sendo o dia a dia do seu filho.

*Falta acompanhamento dos pais para saber como está sendo a freqüência às aulas e as notas de aproveitamento. E as amizades dos filhos, como são?

*Carência de diálogo e negociação entre pais e filhos. Os filhos conseguem tudo o que pedem. Pais não sabem estabelecer limites para os gastos supérfluos.

*Falta de tempo dos pais para conviver um pouco mais com o mundo da criança. Afinal, que tipo de educação os pais estão fazendo dentro do lar?

Soluções para os problemas:

1- Provisão das necessidades físicas e de educação, para que o “ninho” não se esvazie. Pais com mais segurança para tomar decisão.

2- Tolerância, paciência, colocar-se no lugar do outro.

3- Sensibilidade, para conhecer bem os problemas dos filhos.

4- Educação financeira. Fazer poupança para ele aprender a poupar.

5- Fazer esclarecimentos sobre: sexualidade, álcool e drogas.

6- A família ter o propósito de frequentar a igreja. Ler a Bíblia.

7- Fazer uso do celular e internet, e não ser usado por eles.

8- Pais com mais sabedoria e responsabilidade para educar e filhos.

9- Filhos se inspirando nos bons exemplos dos pais e dos irmãos.

10- Filho obedeça! Não esqueça jamais: “Bem-aventurado aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos”.

Viver em família é compartilhar alegrias, tristezas e necessidades. O plano de Deus é que suas verdades sejam passadas de uma pessoa para outra, principalmente de pais para filhos. Os primeiros passos em nossa vida são amparados por nossos pais, e os seguintes por seus ensinamentos.

Reflexão – Casamento é uma alegria que se busca, apesar de nós. Acima de divergências há mansidão que é a suavidade dos fortes. Não há melhor lugar para aprender a amar outros do que o próprio lar!

O pai diz: “Filho, você é importante! Não dê motivos para que digam o contrário”. O filho diz: “Pai, você é imprescindível! Nunca deixe de ser um mundo à nossa volta, para que nunca o chamem de homenzinho ridículo”.

Pais, antes que o pior aconteça, deixem-se influenciar por pessoas que são influenciadas por Deus. A regra é clara: os pais são líderes responsáveis pelo clima espiritual e emocional de seu lar. A casa é nada, sem filhos discípulos, pais discipuladores, e a palavra do Mestre fortemente colocada em prática, dentro da própria família.