Sapo imaturo

“Existem dois tipos de homens: “Os íntegros que se consideram pecadores e os pecadores que se consideram íntegros”. (Pascal)


Era uma vez um sapo que vivia à beira de um rio. Era um sapo grande, ótimo nadador, com fortes braçadas e pernadas, conseguia vencer a correnteza e atravessar o rio. Assim vivia o sapo, alegre, cantando, coaxando para dizer a todos que era feliz muito feliz.

Certo dia porem apareceu um escorpião e disse: “Senhor sapo, eu não sei nadar, mas, preciso atravessar este rio. Você me leva para o outro lado?” O sapo, sabedor da fama do mau comportamento do escorpião, respondeu: “De jeito nenhum! Eu te conheço. Você vai me picar”. O escorpião disse: “Eu sou seu amigo, não vou fazer-lhe mal!” E o escorpião tanto insistiu que o sapo acabou concordando. E lá foram os dois, entraram no rio...

O sapo nadando velozmente e o escorpião sentando nas costas do sapo, desfrutando daquela viagem incrível, surfando naquela macia e confortável almofada verde.

E tudo transcorria na mais perfeita normalidade, mas, quando estavam exatamente no meio da travessia aconteceu o inesperado! O escorpião aplicou mortal ferroada, injetando seu terrível veneno nas costas do útil e inofensivo batráquio. O sapo sentiu grande dor deu um grito de desespero e falou: “Escorpião, o que você fez? Você me picou, agora nós dois vamos morrer!” O escorpião respondeu: “Eu sinto muito sapo, mas esse é o meu instinto, essa é a minha natureza!” E morreram os dois, um envenenado, outro afogado.


Com esta historinha podemos aprender algo importante: “Prevenção não faz mal a ninguém”. É um mal menor para evitar um mal maior. Aqui vamos entender uma regra básica: “O que é para o sapo fazer, Deus não vai fazer!" Nossa vida também é assim, ela está cheia de amizades enganosas, decepcionantes... São escorpiões bem à nossa volta e somos fracos, deveríamos ser fortes, mas, não somos! Eles se dizem “nossos amigos”, mas são irresponsáveis e se aproveitam de nossa ingenuidade para surfar em nossa imaturidade. Uns pedem dinheiro emprestado, outros, para que sejamos fiador na compra de um carro novo, aluguel de uma casa... Só tem um detalhe, quando não cumprem a obrigação de resgatar a dívida assumida, somos nós que vamos “dançar”. Perdemos o dinheiro e o amigo! E eles com muita maldade ainda riem de nós como a dizer. “Enquanto houver trouxa eu não me aperto na vida!” É lamentável!

Assim como não é o rabo que abana o cachorro, não é a boa intenção que faz o caráter do homem. De boas intenções o mundo está cheio! Fala sério, a vida não parece uma avacalhação descontrolada? E nós, desatentos, caímos na cilada como pessoas tolas que se deixam enganar facilmente. Depois só nos resta chorar na rampa... Mas Deus não desiste de nós! Só não podemos esquecer-nos Dele. Quando o esquecemos nossa vida vai ser como uma estação onde ficamos esperando um trem que não vai passar nunca. A verdade é que a gente adora o amor, mas não faz nada, não se esforça para que ele aconteça.

Eu queria que você observasse bem que assim como a vida tem o “Fair Play” (Jogo limpo), tem também o “Unfair Play” (Jogo sujo). É que nem todos querem desfrutar da exclusividade do amor. A vida é assim, sempre vai ser permeada por momentos de glória e de vergonha e nós vagamos nesse oceano como “garrafas” jogadas ao mar. Alguém vai encontrá-las e dentro de cada garrafa haverá uma mensagem de quem acredita no amor ou de quem quer desmascará-lo. Qual será o nosso caso?


Reflexão – A natureza impura do homem é um mal universal. Qual o homem que não tem natureza impura ao pensar, falar, agir? São coisas nossas, são nossas coisas. O rio, o sapo, o escorpião, as circunstâncias são obras de Deus. Ele permite a natureza imperfeita do ser humano para que o homem aprenda a crescer a trabalhar com a maturidade compartilhada.

Aqui estamos diante de um detalhe que precisa ser bem analisado, não queira que nossos caminhos sejam iguais. Deus não nos fez robozinhos. Desde que saímos do útero materno temos a nossa caminhada. Eu tenho a minha, você tem a sua e o detalhe é que sofrimento, emoção vão sempre existir e essas mudanças não veem com manual de instruções. Precisamos ficar espertos!

Maturidade é uma janela através da qual podemos enxergar melhor os diferentes temperamentos humanos, uns bons, outros nem tanto... Enquanto houver os fracos do bem haverá os fortes do mal, vidas esvaziadas do amor e da verdade. Vida é um ultimato a nos desafiar: “Ou aceitamos a maturidade em doses homeopáticas ou ela nos deixa!”.

Saiba mais sobre o amor. Apoie esta causa!


Antônio Valdo A. Rodrigues
Clima Bebedouro

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