Poeme-se mais

“O amor existe porque a vida não basta. Não acredite na vida, acredite no amor”. (Cora Coralina)


“Era uma vez um catador de papel, morador de rua que desejava ardentemente ficar rico. Todos os dias, ao entardecer retornando para “não sei onde”, ele tinha o obsessivo costume de passar próximo à estátua de um Anjo da Guarda, que ficava em uma grande praça. Ele parava a sua carrocinha de mão repleta de papeis, papelão e invariavelmente ele expressava aquele seu clamor: “Oh senhor anjo da guarda, eu quero ficar rico! Ajude-me, por favor, por favor, por favor...” E repetia diversas vezes em voz alta a mesma ladainha de sempre: “Oh, senhor anjo da guarda, eu quero ficar rico! Ajude-me, por favor, por favor, por favor...”

Aconteceu então que o anjo da guarda ficou cansado de tanto ouvir aquela insistente ladainha de todos os dias e resolveu conversar com o pobre homem. E assim aconteceu! Após mais um dia de difícil jornada, catando papel, o esperançoso carreteiro chegou ao local e... “Oh, senhor anjo da guarda, eu quero ficar rico! Ajude-me, por favor, por favor, por favor...” Era a deixa que o anjo estava esperando. Ele olhou para o pedinte e em boa voz disse: “Oh, senhor carrinheiro, eu vou te ajudar a ficar rico, mas, ajude-me a te ajudar, compre um bilhete de loteria, por favor, por favor, por favor...”


A historinha do carrinheiro é persuasiva e didática e nos traz alguns ensinamentos. Primeiro a gente não sabe bem o que quer. E precisamos ter cuidado com o que desejamos, pois podemos conseguir. Também é verdade que ninguém nunca está pronto para enxergar o mundo real porque o mundo sempre vai ser um “mal-me-quer... bem-me-quer...”, uma verdadeira batalha entre o bem e o mal. Sempre estaremos sujeitos a enganos, desafios, muitos desafios, uma overdose de desafios a nos testar em todos os momentos da vida.

A história também nos ensina que seremos o que quisermos, mas temos que querer o que for, ou seja, ter foco, persistência, determinação e principalmente fazer a nossa parte. Se não sorrir para uma pessoa, não telefonar, não enviar uma mensagem, um alô especial na rede social, se não procurar cativar alguém, se não abrir uma porta, afinal como pode esperar que a solidão mude? Tem gente que se economiza para amar. Poeme-se mais! Deus soberanamente honra os esforços dos que sabem honrá-lo.

Outro agravante do descontentamento é fazer mau uso do passado. Não converse com o seu passado! Deixe o passado lá. Você não mora mais nele! Ele não quer saber mais de suas explicações esdrúxulas. Não mesmo! Domine e escolha seus pensamentos, assim como escolhe suas roupas. Livre-se das que te incomodam pelas recordações. Poetizar-se mais é fazer uso de uma roupagem diferente. Produza-se mais! Como você quer que alguém entre em sua vida se você não sinaliza com parceria receptiva? A lei é clara, quem tem mais para dar que transborde! É assim mesmo, procure um líder e se não tiver um líder, seja você o líder. Entendeu?

A falta de sensibilidade para aceitar as “coisas do amor” é uma merda! Assim não dá pra ser feliz, não dá mesmo pra ser feliz! Acorda cara! Está esperando o que? Ainda não aprendeu a ser feliz? Está deixando o medo se tornar a sua fraqueza? Não é a vida que deve ser boa para você, é você que deve ser bom pra a vida. Isso exige comprometimento do coração.

Algumas pessoas demoram a encontrar o seu lugar no mundo porque não são ousadas, porque a fé é esquálida, isto é, fé enfraquecida, encoberta, sem foco definido. Nada grita mais alto do que não entender o dia de hoje e ter que pagar o preço do amanhã. Isso é simplesmente burrice! Lembre-se, uma vida sem amar, representa o silêncio de uma alma adormecida, ávida para ser acordada...

É verdade, ter fé é encontrar o teu jeito de ser, é se reinventar sempre mais. Na boa, esqueça um pouco de ver, de ouvir, procure apenas sentir o plano que Deus tem só para você. Seja mais romântico, aliás, não existem estranhos, existem amigos desconhecidos.


Reflexão – O amor só é integral quando o “poeme-se mais” começa a lançar um pouco mais de luz para que você tenha razões verdadeiras para admitir a inclusão de Deus. Não existindo essa intimidade com o Criador, não é amor, é firula. Uma vida assim, com tanta insensatez, sem propósitos, se fosse um filme, se chamaria: “A Espera de um Milagre”.


Antônio Valdo A. Rodrigues
Clima Bebedouro

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