01º de Maio, mais do que um feriado, um marco para a sociedade!

 

Olá, na matéria de hoje iremos destoar um pouco da forma tradicional que apresento esta coluna, ou seja, não iremos falar especificamente de direitos, deveres, relações jurídicas ou outras questões do gênero. Hoje, iremos aproveitar para adentrar na história de um dos feriados mais importantes que temos no Brasil, e que, sem sombra de dúvidas, REPRESENTA toda uma evolução acerca dos direitos trabalhistas em vigor no nosso país e de certo modo, em todo o mundo – o feriado de 01º de Maio.

 

Mas, afinal, qual é a origem do feriado de 01º de Maio? Bem, muitas histórias rondam a origem deste feriado, contudo, uma em destaque acaba por se tornar majoritária dentre os historiadores e professores nesta arte de desvendar o passado.

 

Conforme a literatura sobre os fatos analisados, esta data representa uma série de fatores que se arrastaram por muito tempo durante o século XVIII, desde a Revolução Industrial ocorrida na Inglaterra e que posteriormente se alastrou para o resto da Europa, América do Norte, e finalmente, por todo o mundo, culminando em uma série de manifestações e, consequentemente, conflitos violentos que desencadearam uma GREVE GERAL de proporções nunca antes vistas nos Estados Unidos da América ou até mesmo em escala mundial, em 1º de maio de 1.886.

 

Entretanto, para entendermos um pouco melhor essa série de manifestações que ocorreram em solo norte-americano e que repercutiram na forma de encarar a relação laboral em todo o mundo, precisaremos voltar para o início de toda a problemática, como já dito anteriormente, desde a Revolução Industrial.

 

A partir da Revolução Industrial, no século XVIII, é sabido que o mundo passou a existir e se comportar de modo bastante distinto do que era conhecido até então. Muitas pessoas passaram a se aglomerar em grandes centros URBANOS, o que, imediatamente, passou a causar o inchaço das grandes cidades, os problemas com a estrutura e fornecimento de serviços, e desta forma, tantas outras mazelas advindas do crescimento desenfreado. Contudo, esta era a nova ordem mundial, uma sociedade que passava a se adaptar para as extensas e complexas rotinas trabalhistas, bem como, para o desenvolvimento e uso de novas tecnologias em meio ao cotidiano urbano.

 

Seguindo esta linha de evolução, a formação da “classe operária” demandou uma série de necessidades e direitos que até então nem sempre eram efetivamente cumpridos pela também nova classe social, chamada: “burguesia industrial”.

 

Algumas das principais questões tratadas nestas manifestações e reuniões dos trabalhadores eram: a) as horas trabalhadas em excesso; b) as condições de saúde, higiene e assim, segurança, para a realização do trabalho, e, culminando como ponto máximo; c) a crescente desigualdade que se iniciava entre empregadores e empregados, que quase sempre, resultava em um conflito nem um pouco amistoso, e muitas vezes, bastante violento.

 

Nesse contexto, surgiram os sindicatos e os movimentos de trabalhadores, orientados por ideologias, em geral, de esquerda, como o comunismo, ou mais extremas, como o anarquismo.

 

É importante lembrar e situar DENTRO DE UM CONTEXTO DE DESENVOLVIMENTO E EVOLUÇÃO DAS RELAÇÕES SOCIAIS (de maneira alguma, estritamente político-partidário), que as diferentes correntes e posicionamentos acerca da existência e gerenciamento de determinada sociedade (ex. capitalismo, liberalismo, comunismo, anarquismo, etc. etc.) ajudaram, EM CONJUNTO, a criar uma sociedade mais igualitária e voltada para o desenvolvimento do maior bem de determinado país, que é sua nação.

Mas, retomando a evolução histórica acerca do feriado de 1º de Maio, uma das principais formas de organização de trabalhadores visando à exigência de direitos, era a greve. A greve geral (uma greve com proporções enormes, quase sempre envolvendo paralisações e reivindicações em nível estadual ou até mesmo nacional) tornou-se um instrumento eficaz de pressão frequentemente usado. Porém, às greves (paralisações) também se juntavam outras práticas, como a ação direta, que, em termos genéricos, consiste em manifestações violentas, o que, com toda a certeza, não poderia gerar outra conclusão que não a própria repressão violenta.

Assim, a greve geral de 1º de maio de 1.886, em Chicago, resultou em fortes ações diretas que geraram por sua vez, forte repressão por parte do Estado, e, com isso, tal repressão estimulou ainda mais manifestações que transcorreram nos dias seguintes. Continuamente, no dia 04 de maio, em uma manifestação na Praça Haymarket - Chicago, uma bomba explodiu matando e ferindo diversas pessoas, entre policiais e manifestantes. A explosão de tal bomba provocou o revide das forças de repressão utilizadas pelo governo, o que, tristemente, culminou com mais óbitos e mais feridos.

Desta forma, esse complexo conjunto de eventos, desencadeados a parir de 1º de maio, tornou-se um símbolo para as manifestações e reivindicações por melhores direitos na área trabalhista em todo o mundo, vindo, especificamente no Brasil, a ser mencionado a partir da década de 1.890, e efetivando-se como feriado nacional em 1.925 pelo então Presidente Arthur Bernardes como forma de garantir alguns direitos e amenizar algumas greves gerais que estavam ocorrendo principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro.

Portanto, a partir da leitura desta matéria, e de pesquisa mais minuciosa na literatura da história dos direitos e lutas por melhores condições de trabalho, percebemos que o desenvolvimento das sociedades por meio da Revolução Industrial garantiram uma guinada para a melhoria do padrão de vida alcançado pelo ser-humano, contudo, como toda e qualquer mudança, muitas questões devem ser pontuadas e aperfeiçoadas a fim de se evitar o crescimento latente das desigualdades e das condições degradantes as quais as pessoas podem ser submetidas.

Assim, com toda a certeza, a sociedade alcançou nos dias de hoje um nível de desenvolvimento tecnológico, social, intelectual e moral que fazem jus a toda incrível mudança a que foi submetida, bem como, é merecedora de todos os direitos que são inerentes a toda classe, ou, especificidade de grupos e pessoas, desde que, é claro, resguardados os direitos e deveres legais que se encerram no princípio máximo de respeito ao próximo.

 

Já dizia Francis Bacon: “O homem pode tanto quanto sabe.” E aproveitando para remendar: “Não sabendo que era impossível, foi lá e fez. ” - Jean Cocteau.

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