“Sem sensibilidade as outras virtudes carecem de sentido” (Rachel de Queiroz)
Preliminares – Mídia, TV, Jornais nos revelam a todos os instantes a morte do amor. Nós ficamos aflitos, angustiados, desmotivados, percebendo que morre o amor. Que coisa não? Afinal o que está faltando? É possível uma reconciliação com o amor? Já sei! ‘O pão nosso de cada dia’ deveria ser: ‘Daí-nos Senhor o pão nosso e a sensibilidade de cada dia’. É isso! Parece ser esse um ótimo começo. Certeza que funciona. Vamos refletir sobre isso...
Sensibilidade – A sensibilidade é muito poderosa. Ela fala de: dor, morte, amor, Deus, no cotidiano. Quando a pulsação familiar perde a paz é porque a sensibilidade não está existindo entre os membros. É preciso paz para sorrir. Quando não há sorriso, há ‘quase amor’. Quase amor é meio amor. Ou se ama de verdade ou se mente. Pode até ser fácil viver uma mentira, mas que fique bem claro, a mentira é uma bandeira de retalhos, não vale nada. O caos familiar começa assim: quanto menos se envolve com a família, menos graça existe e menos feliz se é.
Romantismo – Será que é preciso inventar de novo o amor? Lembro-me que um romântico, certa vez disse a sua amada:‘Eu amo você, não pelo que você é, mas, pelo que eu sou quando estou com você’.Palmas! Sabe o que realmente existe na base de um compromisso estável e que agrada as pessoas? Sensibilidade, maturidade para aceitar, fazer ajustes ao longo do caminho. Às vezes é preciso mudar a realidade de quem tem tudo e normalmente reclama por nada, para tornar-se quem não tem quase nada, mas agradece por tudo.
Revolução – Chegou a hora de mudar as coisas e dizer um grande “Não” à insensibilidade, ao comodismo, às imperfeições com as quais o ser humano está se acostumando com muita naturalidade. Ser sensível é ser mais ousado à aventura da vida, fazendo uma revolução de conceitos e critérios. E como seria essa estratégia?
Ele – Querida esposa, que bom que você existe! Vou entender você com mais consideração. Sei que você tem suas imperfeições em relação ao mundo... Mas acredito que vale à pena exercitar a paciência, a tolerância. Sensibilidade é assim mesmo. É ver, ouvir, ler, aprender, compartilhar, sentir e principalmente viver com sabedoria. Lembre-se, aprende-se mais na vida com a sensibilidade aclarada, do que com a escola, dos frios bancos escolares.
Ela – Querido esposo, cuide de mim! Veja se entende: somos criaturas estranhas e complexas. Erros nos precederam. Recebemos educação diferente dentro e fora do lar. São dois mundos, duas histórias de vida e tudo isso resulta o que somos. Nada impede que possamos reunir o melhor de nosso esforço para encontrar práticas de acertos, antes que ocorram os conflitos. O casamento é um jogo de verdades, mentiras, erros, ilusões... É essa a nossa natureza. Nem tudo é como sonhamos, mas, alegra-nos crescer juntos, incluindo Deus. Isso é chique. Sem essa parceria não há charme e a vida perde todo glamur.
Eles – Você e eu, nós sabemos que o casamento é sacrificial. Ninguém conhece ninguém suficientemente, para ser feliz ou fazer feliz... Casais tem problemas. Casais ‘sangram’, precisam de ajuda. A falta de autoconhecimento de ambos é perturbadora. Bom seria que o ‘teu desejo, fosse o meu melhor prazer’. Mas não é assim. A vaidade, o egoísmo sempre estão atentos para dar o bote e decretar a morte do amor. E quando o casal não tem o endereço de Deus, as coisas se complicam enfraquecendo o convívio entre os membros. Deus se importa, e muito, quando a família fica triste. Os filhos são herança do Senhor. É preciso saber e querer e gostar dos filhos. Como? Pais com autoridade e não com autoritarismo. Filhos obedientes e receptivos aos ensinamentos dos pais. Isso só é possível se Deus estiver por perto. Que fique bem claro, o desconstruísmo da família, não faz parte do plano original do Criador.
Reflexão – O segredo não é correr atrás do amor. É cuidar da sensibilidade para que o amor venha e se encaixe naturalmente. É valorizar quem fica e soma. É desapegar-se de quem vai e some. Sensibilidade é abrir as janelas da vida. É reinventar-se. É pensar o impensável e sair da zona de conforto. Morte do amor? Nem pensar! Ter isto como foco é estar sintonizado em canal errado! A vida tem otimismo, mudanças... Não é saudável ficar apegado ao passado. Se o passado não foi romântico, o futuro tem chance de ser. A história quem faz somos nós! E outra coisa, já está na hora de separar o homem do menino.
Beleza! Sensibilidade é tudo isso e muito mais. Por exemplo,a ‘nossa’ bandeira devia ter a inscrição: “Sensibilidade e Atitude”.
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