“Ao mestre com carinho!”

A gratidão e o reconhecimento não fazem alarde, mas preenchem o nosso coração de maneira discreta e profunda, brotam da sinceridade do coração agradecido.

Monsenhor José Figuls, que no dia 05 de fevereiro completa noventa anos de idade e de vida dedicada a “servir” como missionário do Cristo, Bom Pastor, é alvo de nosso reconhecimento e da nossa gratidão.

Deus o colocou em meu caminho há mais de sessenta anos. Foi meu professor de latim no Seminário Menor de Jaboticabal, acompanhou a minha trajetória como seminarista, sucedeu-me como pároco de Pitangueiras e continuou como companheiro na “ativa” e na “aposentadoria”, aqui em Bebedouro, desde janeiro de 1981.

Ao ler um livro do Padre Fábio de Melo, destaquei um trecho que não só me agradou, mas quero transcrevê-lo como homenagem ao aniversariante do dia 05 de fevereiro de 2016: “Ter que ser útil pra alguém é uma coisa muito cansativa. É interessante você saber fazer as coisas, mas acredito que a utilidade é um território muito perigoso porque, às vezes, a gente acha que o outro gosta da gente. Mas não, ele está apenas interessado naquilo que a gente faz por ele. E é por isso que a velhice é esse tempo em que passa a utilidade e fica só o seu significado como pessoa. É o momento que a gente purifica. É o momento em que vamos ter a oportunidade de saber quem nos ama de verdade. Porque só nos ama, só vai ficar até o fim aquele que, depois que passar a nossa utilidade, descobrir o nosso significado. Por isso, eu sempre peço a Deus, sempre faço a Ele a oração de poder envelhecer ao lado das pessoas que me amam, aquelas pessoas que possam me proporcionar a tranquilidade de ser inútil, mas, ao mesmo tempo, sem perder o meu valor.

Quero ter ao meu lado alguém que saiba acolher a minha inutilidade, alguém que, olhando pra mim, saiba que eu não servirei pra muita coisa, mas que continuarei tendo o meu valor. Porque a vida é assim! Fique esperto, viu? Se você quiser saber se o outro te ama de verdade é só identificar se ele seria capaz de tolerar a sua inutilidade.

Quer saber se você ama alguém? Pergunte a si mesmo quem nessa vida já pode ficar inútil pra você, sem que você sinta o desejo de jogá-lo fora. É assim que descobrimos o significado do amor. Só o amor nos dá condições de cuidar do outro até o fim.

Por isso eu digo: feliz aquele que tem, ao final da vida, a graça de ser olhado nos olhos e de ouvir do outro: ‘você não serve pra nada, mas eu não sei viver sem você!’.”

Aceite, Padre José, os meus parabéns nesta data tão significativa, com votos de muita paz, alegria, saúde e a graça de Deus!

 

Cônego Pedro Paulo Scannavino

Paróquia São João Batista

Clima Bebedouro

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