Lição silenciosa de um pescador

Na beira de um rio, aproveitando um feriado, um pescador com sua vara passava momentos memoráveis para descansar a mente das preocupações do dia a dia. Um curioso que passava por ali ficou observando aquela cena. Ele presenciava o pescador controlando um peixe enorme, que já estava fisgado, mas se debatia para se livrar do anzol. Se o pescador quisesse puxar a linha imediatamente, não conseguiria pescá-lo, pois o peixe escaparia do anzol ou sua boca se rasgaria. O pescador, então, foi controlando, soltando a linha e deixando o peixe se debater. Depois, puxava de novo a linha. Isso durante mais de meia hora. No momento certo, ele trouxe o peixe para fora da água e o puxou. Era realmente um peixe enorme.

Toda essa arte do pescador e sua satisfação é uma lição maravilhosa para todos nós. Deus procede conosco de forma semelhante. Indóceis e rebeldes como o peixe, achamos que somos os donos do mundo. Mas estamos sob o controle de Deus. Quanto mais o peixe se debate, mais sofre e se machuca. Nós somos assim. Também acabamos nos ferindo pela nossa própria rebeldia, por nos afastarmos de Deus.

Aquele curioso estava ao lado do pescador, contemplando tudo. Não entendia da arte de dominar um peixe daquele tamanho, pego numa vara por um anzol. Ele não podia dar nenhum palpite, mas estava ao lado do pescador, torcendo para que conseguisse realizar a pesca.

Essa imagem nos ensina que devemos nos lançar nos braços de Deus e dar graças, mesmo não entendendo as situações dolorosas pelas quais muitas vezes passamos. Diante das experiências mais intrincadas, por nossas forças, não conseguimos nada. Mas, se estamos ao lado de Deus, tudo é possível.

Deus nos ama e não irá deixar de nos amar, pois já estamos fisgados. Ele sabe que cedo ou tarde iremos ao seu encontro. Entretanto, quando estamos afastados de Deus, a primeira coisa que nos acontece é perdermos a alegria. Mas no momento em que fazemos as pazes com Deus, a alegria nos invade o coração, mesmo nas situações mais difíceis.

A Palavra de Deus nos afirma que “a alegria do coração é a vida do homem, e um inesgotável tesouro de santidade. A alegria do homem torna mais longa a sua vida” (Eclo 30,23). Esta é uma verdade inquestionável. A consequência das decepções e tristezas é a morte. Mas a Palavra de Deus nos ordena: “Afasta a tristeza para longe de ti, pois a tristeza matou a muitos” (Eclo 30,24).

Então, sejamos testemunhas alegres do amor e das promessas de Deus em nossas vidas.

 

Cônego Pedro Paulo Scannavino

Paróquia São João Batista

 

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