O cristão diante da vida e da morte

Há dois fatos normais, porém imprevisíveis: a vida e a morte!

Nem sempre nossas previsões a respeito se concretizam, pois somente a Deus cabe determinar o início e o fim da nossa existência terrena. E o cristão não pode ser chamado assim, se não acredita que a morte não é senão um nascimento. O que não significa que ele seja insensível e que pode deixar de derramar lagrimas de alegria diante da vida ou lágrimas de tristeza diante da separação da morte.

Na Igreja primitiva, os cristãos aceitavam a morte com alegria, pois eles realmente acreditavam que, através dela, iniciava a verdadeira e definitiva vida junto de Deus. Daí o fato de a comemoração litúrgica dos santos se dar no dia de sua morte e não no dia de seu nascimento.

Há, porém, dois modos de chorar: um deles é o choro desesperado, ruidoso, o choro dos que têm a certeza de que, com a morte, tudo acaba; o outro é aquele quando Jesus, diante do túmulo do amigo Lázaro, não pode conter as lágrimas. Esses dos prantos estão descritos no Evangelho com duas expressões diferentes: o de Marta, de Maria e dos judeus, que choravam desesperadamente (cf. João 11,33), e o de Jesus, que no texto original diz: “as lágrimas corriam de seus olhos” (cf. João 11,35). Somente esse pranto sereno, envolto em esperança, digno e nobre, é cristão.

Então, como encarar a morte terrena e a vida eterna?

Dizia um sábio: “O que para uma lagarta é o fim do mundo, para o resto do mundo é uma borboleta. A lagarta não morre, simplesmente desaparece como lagarta, mas continua vivendo como uma bela, livre e solta borboleta”.

Essa comparação nos ajuda a entender não só a ressurreição de Cristo como também a nossa própria ressurreição. Com a morte, deixamos nosso corpo material e continuamos vivendo em nosso corpo “glorioso”, na eternidade.

Se morremos na graça de Deus, estaremos vivendo eternamente diante dEle e intercedendo por aqueles que ainda permanecem neste mundo.

São João, em seu Evangelho, capítulo 11, versículos 25 e seguintes, nos apresenta a mensagem nova trazida por Jesus. Não se trata de uma esperança distante, de uma ressurreição no último dia, no final dos tempos, mas do dom de uma vida nova que não terá mais fim.

 

Cônego Pedro Paulo Scannavino

Paróquia São João Batista

 

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