Agosto – Mês Vocacional (1ª parte)

Falamos muito de vocação! Quando dizemos que alguém tem vocação, afinal, o que queremos dizer?

A palavra VOCAÇÃO vem do verbo em latim: VOCARE (chamar). Assim, VOCAÇÃO significa CHAMADO. É, pois, um chamado de Deus.

Se há alguém que chama, deve haver outro que escuta, que responde. 

A vida de todo ser humano é um dom de Deus. “Somos obra de Deus, criados em Cristo Jesus” (Efésios 2,10). Existimos, vivemos, pensamos, amamos, nos alegramos, sofremos, nos relacionamos, conquistamos nossa liberdade diante do mundo que nos cerca e diante de nós mesmos. Não somos uma existência lançada ao absurdo. Somos criaturas de Deus. Não existe homem que não seja convidado ou chamado por Deus a viver na liberdade, que possa conviver, servir a Deus através do relacionamento fraternal com os outros. Assim, você é uma VOCAÇÃO, você é um CHAMADO. Encontramos na Bíblia muitos chamados feitos por Deus: Abraão, Moisés, os profetas... Em todas as escolhas encontramos:

1) Deus chama diretamente pela mediação de fatos e acontecimentos ou pelas pessoas.

2) Deus toma a iniciativa de chamar.

3) Escolhe livremente e permite total liberdade de resposta.

4) Deus chama em vista de uma missão, de serviço ao povo.

VOCACÃO é o encontro de duas liberdades:

a) A de Deus que chama.

b) A do homem que responde.

Podemos fazer uma distinção entre os chamados: VOCAÇÃO À EXISTÊNCIA – que é a vocação humana; e VOCAÇÃO CRISTÃ – vocação específica. Uma sobrepondo-se à outra.

1) VOCAÇÃO À EXISTÊNCIA (à vida): foi o primeiro momento forte em que Deus manifestou todo o seu amor a cada um de nós. Deus nos amou e nos quis participantes de seu projeto de criação como coordenadores responsáveis por tudo o que existe. Fomos criados à imagem e semelhança de Deus.

A vida é a grande vocação. Deus chama para a vida e Jesus afirma que veio para que todos a tenham em abundância (João 10,10).

2) VOCAÇÃO HUMANA: Ser gente, ser pessoa. Foi nos dada a condição da liberdade dos filhos de Deus, com inteligência e vontade. Estabelecemos uma comunhão com o Criador e, nessa atitude dialogal, somos pessoas. A pessoa aprende a conviver, a dialogar, enfim, a se relacionar. Todos têm direitos e deveres recíprocos. Infelizmente, a obra prima do Criador anda muito desprezada: enquanto uns têm condições e oportunidades, outros vivem na miséria, sem condições básicas para ressaltar a dignidade com que foram constituídos. No mundo da exclusão, acontece a desumanização e pode-se perder a condição de pessoa humana.

 

OBSERVAÇÃO: Se Deus quiser, na próxima semana teremos a 2ª parte desta matéria.

 

Cônego Pedro Paulo Scannavino

Paróquia São João Batista

 

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