Somos insubstituíveis?

Há certas expressões na Língua Portuguesa que exigem distinção, pois, dependendo do contexto da frase, podemos ser induzidos a equívocos ou erros de interpretação.

Eu tenho o direito de afirmar que sou insubstituível?

Com muita humildade, temos que admitir que, em cargos ou funções na comunidade, não somos insubstituíveis. Somos vulneráveis e podemos ser substituídos para melhor ou pior desemprenho. Porém, por sermos “únicos” para Deus dentro da espécie humana, temos características próprias, capacidades e limitações também próprias, que nos permitem ser o que somos, distintos de todos os nossos semelhantes. Por isso, ninguém poderá identificar-se conosco exatamente da forma como somos.

Isso acarreta não só um privilégio, mas grande responsabilidade. É um privilégio, porque, sendo único, tenho qualidades, capacidades que outros não possuem, com as quais Deus me agraciou, e somente eu posso partilhar e servir o próximo do meu jeito.

É uma responsabilidade, pois Deus nada faz ou permite sem que tenha um objetivo. Se Deus nos criou com características próprias, é para correspondermos no lugar em que nos plantou, da forma como somos: na família, no ambiente social, na comunidade, com pessoas com as quais cruzamos em nosso caminho. Para que isso se realize, Ele completa com a sua graça o que nos falta, e disso um dia seremos cobrados.

Deus não “força a barra”, não obriga, Ele apenas propõe, convida, mostra o que deseja de nós dentro de seu projeto de amor. Ele nos ajuda, porém, não faz em nosso lugar. Cada qual tem sua própria cruz e ombros adequados para carregá-la.

Posso e devo também ajudar meu irmão a carregar sua cruz, como o fez Simão de Cirene, que ajudou Cristo na subida do Calvário – ele ajudou Jesus a carregar a Cruz, mas foi Cristo que a levou até o topo do monte.

Concluindo: Depois desta exposição, com muita humildade, temos que admitir: como pessoa, se eu não assumir o meu “posto”, com a capacidade que Deus me deu e com as minhas limitações, ninguém poderá fazer no meu lugar o que me cabe. Nesse sentido, realmente sou insubstituível!

 

Cônego Pedro Paulo Scannavino

Paróquia São João Batista

 

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