Um segredo para não parar de crescer

Havia um sábio que era reverenciado pelo povo como homem de Deus. Nem um dia se passava sem que uma multidão se colocasse à sua porta, buscando seus conselhos, a cura ou a bênção do santo homem.
Cada vez que o sábio falava, as pessoas ouviam atentamente tudo o que dizia, bebendo suas palavras. Entretanto, havia na plateia um sujeito desagradável, que não perdia a oportunidade de contradizer o santo homem. Notava as fraquezas do sábio e caçoava delas, para a consternação e mal estar dos discípulos, que começaram a considerá-lo o “diabo” no meio deles.
Chegou um dia em que esse “diabo” ficou doente e morreu. Todos suspiraram aliviados. Estavam alegres, pois as palestras inspiradas do mestre não mais seriam interrompidas, nem seu comportamento criticado por aquele “herege” desrespeitoso e importuno.
Qual não foi a surpresa dos discípulos ao verem o mestre mergulhado em tristeza e lamentando a morte de seu maior crítico. Quando, mais tarde, um discípulo perguntou-lhe se lamentava o destino eterno do falecido, o sábio disse:
- “Não! Por que deveria lamentar, se nosso amigo agora por certo está no céu? Era por mim mesmo que eu lamentava. O homem, afinal, era o único que, com suas críticas, me desafiava e fazia com que eu refletisse sobre a minha conduta e fosse cada vez mais coerente. Agora estou cercado de pessoas que me reverenciam por tudo o que falo. Com sua partida, temo parar de crescer, de amadurecer e de conscientizar-me humana e cristãmente.”
Podemos concluir que Deus, muitas vezes, coloca certas pessoas desagradáveis e difíceis em nossa caminhada, nos contradizendo e nos incomodando com críticas, invejas, palavras duras, para testar nossa fé, nossa capacidade e perseverança. A presença dessas pessoas não são barreiras, mas degraus para nos fazer crescer.

Cônego Pedro Paulo Scannavino
Paróquia São João Batista

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