Deus é o Artista que cria todas as coisas de modo harmonioso, belo e bom!
O relato da criação que lemos no Livro do Gênesis nos revela isso. Deus é beleza e, por isso, criou-nos para a beleza. Nem sempre conseguimos garantir a beleza da criação divina e acabamos enfeando o mundo com nosso mau gosto.
Numa Bienal, tempos atrás, um grande espaço era ocupado por um velho carro, outrora de luxo, com enormes pães amarrados em volta por grossas cordas. Havia também pinturas com fisionomias deformadas; exposição de bonecos de cera, mostrando gente torturada, ferida, degolada; músicas agressivas, transmitindo mensagens de ódio e afronta, com palavras de baixo calão. As pessoas comuns olhavam como se vissem sucata. Talvez os pichadores de prédios nas madrugadas também se orgulhem de seus rabiscos como sendo muito originais e desafiadores. Parece que arte contemporânea se tornou sinônimo de feiura.
O Papa Francisco vai “contra a corrente” e pede que nós, pela nossa vocação de fermento na massa, de luz nas trevas, imploremos ao Senhor que os artistas nos ajudem, com sua criatividade, com seus dons e habilidades, a redescobrir a beleza da criação, deixando-se inspirar pelo Criador, pois este, sim, é o verdadeiro Artista.
Certamente, nós, cristãos, preferimos coisas bem-feitas, bonitas ou simples, mas felizes, que nos transmitam alegria, ao invés de obras pessimistas, que passam tristeza, angústia, depressão.
Rezemos, pois, em favor de cada artista, para que ajudem a temperar o mundo com sua arte.
A vida humana precisa de espaço de arte e beleza. Mesmo sabendo que “viver” é um negócio perigoso, vale a pena lutar pela vida e viver pela vida dos demais.
Cônego Pedro Paulo Scannavino Paróquia São João Batista
