O sacripanta

“Obrigado, amigo, pelos erros que me emprestas, pois com eles posso corrigir os meus”. (Júlio Verne)

 

Homem não desejado – Você sabe o que é sacripanta? Esquenta não, fica frio, eu explico. É muito provável que você esteja vivendo com ele bem perto. Não é possível vê-lo por completo. Vemos apenas a superfície, a aparência e ninguem traz escrito na testa o que é. O sacripanta engana bem. Ele é fingido, hipócrita, capaz de atitudes indignas. Ele se acha o supra-sumo da verdade e justiça que ele não tem, mas, finge ter.

Convencimento – O sacripanta – tem dificuldade para a prática do bem. Ele se economiza para as qualidades morais. Realmente valores, coragem, eficácia, para ele, não existe. Ele quer que os outros acreditem, mas o que ele fala ou faz é falso, como uma cédula de um real.

Pergunto – Há quem não seja sacripanta? Não. Na verdade todos nós temos, em maior ou menor grau, nossos momentos de ‘sacripantância’. Há uma diferença! Os menos sacripantas percebem quando falsearam a realidade e procuram se organizar melhor para serem mais confiáveis. O sacripanta autêntico não está nem aí. Ele achou sua área de conforto e quer permanecer no seu falso pedestal de verdade, sem consistência.  Vamos ver isso de perto.

No trabalho – Tem habilidade para usar a ‘boa conversa’ para enganar os mais incautos. Tem sacripanta que é tão habilidoso com seus falsos argumentos que, mesmo tergiversando, consegue convencer até os mais esclarecidos. Sua sagacidade é falar, falar, falar, para justificar o trabalho que não quer fazer, com os requisitos de qualidade exigidos pelo chefe. Ele é cínico e sua expressão parece dizer: ‘Não acredita não em nada do que eu estou falando’. Ele falta muito ao trabalho e as desculpas são sempre as mesmas, de quem não quer trabalhar. Apresenta repetido atestado médico e acha que ninguém está percebendo a farsa.

Na igreja – Não se diz ímpio, mas transgride com hipocrisia e naturalidade os ensinamentos da Bíblia. Fica regulando a vida dos outros e faz questão de alimentar fofocas. Não participa das realizações da igreja, mas é severo na crítica, só vê defeitos. Tem conhecimento superficial da palavra de Deus. Recita frases bíblicas, mas, não vai fundo no estudo doutrinário. Ele é mesmo um ‘esquenta banco’. 

    Lazer - Vai ao campo de futebol para ver o seu time vencer. Quando acontece       uma derrota ele provoca brigas com a torcida adversária e se ninguém reage, o sacripanta cria uma briga com seus colegas. É um sociopata. Nem nos momentos de lazer sabe ser feliz!

Na escola – Falta muito. Não gosta de estudar, nem de prestar atenção às aulas. Conversa durante as explicações do professor. Manipula o celular, o tempo todo, depois diz que não entendeu as explicações. Nos trabalhos em grupo, não assume liderança, concorda com tudo e assina como legítimo participante. Não traz o material escolar necessário e pede tudo: caneta, papel aos seus ‘serviçais 

colegas’. É exibicionista. O ‘Zé bonitinho’ faz uso de linguagem imprópria aos bons costumes. Namora levianamente sem um compromisso estável. Faz chantagem com a garota dizendo: ‘Eu só acredito que você me ama se você for minha agora!’ Covarde! A adolescente sedenta de amor acaba engravidando.

Na família - Finge escutar os valores morais e sociais que lhe são transmitidos pelos pais. Acha o casamento uma instituição falida, e que, ‘o lar, doce lar’, é uma ilusão vazia. É permissivo em relação ao aborto. Acha que não é possível um esposo ser devotado e fiel. Não obedece e não aceita a autoridade dos pais.

Ele e os velhos – Em relação ao ancião, ele é ‘não’ o tempo todo. Não olha, não sorri, não conversa, não convive. Para ele a velhice só atrapalha, é a vida pela metade. Melhor pular essa! Afinal vamos ter que conviver com o sacripanta do jeito que ele é: insensível, egoísta e pouco ligado às necessidades dos outros.

 

Reflexão – As palavras são como moedas. Uma pode valer por muitas e muitas não valem por uma, mas uma verdade é inquestionável, a palavra de Deus é boa, perfeita, agradável e nunca volta vazia.

 

Nota – Em meio a esse divisor de águas: língua do sábio e boca do sacripanta, o essencial é suportai-vos. Acima de tudo está o amor que é vertente da perfeição.

    Antônio Valdo A. Rodrigues

Serra Negra - SP

E-mail: valdo11rodrigues@yahoo.com.br

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